A atriz Carolina Dieckmann relatou, na tarde desta segunda-feira (21), como foram os últimos momentos da cantora Preta Gil, que morreu no domingo (20) durante o tratamento de câncer no intestino. Em entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews, Dieckmann afirmou que esteve com a amiga nos quatro dias que antecederam o falecimento, período em que, segundo ela, a artista não sentiu dor e permaneceu cercada pela família e pelos amigos.
Dieckmann viajou aos Estados Unidos quando tomou conhecimento de que o quadro de saúde de Preta havia se agravado. De acordo com a atriz, a decisão de embarcar foi motivada inicialmente pelo desejo de oferecer apoio sem a expectativa de uma piora iminente. Entretanto, ao chegar ao destino, constatou que a situação havia mudado de forma “drástica e rápida”.
Durante a conversa com a emissora, a atriz relatou que passou “os últimos dias fazendo carinho” na cantora e destacou o clima de proximidade que marcou o período final. Ela contou que Preta estava medicada, sem dores e acompanhada da neta Sol, do filho Francisco e da madrasta Flora, além de outros parentes e amigos que se revezavam à sua volta.
Segundo o depoimento, a possibilidade de transferência de Preta Gil para o Brasil chegou a ser discutida, mas foi descartada porque a cantora estava física e emocionalmente debilitada. Dieckmann afirmou que a equipe médica mantinha o controle dos sintomas, permitindo que Preta permanecesse confortável, embora bastante frágil.
A atriz também mencionou a mobilização que se formou em torno da artista desde a descoberta da doença. Na avaliação de Dieckmann, o suporte afetivo foi constante e envolveu um amplo círculo de pessoas próximas, à exceção do ex-marido da cantora, que, segundo ela, se afastou logo após o diagnóstico. Para Dieckmann, esse comportamento destoou da postura de amigos e familiares que “não arredaram o pé” e “deram um jeito” de estar presentes até o fim.
Ao recordar a trajetória da amiga durante o tratamento, Dieckmann ressaltou a maneira intensa como Preta Gil encarava cada intervalo de melhora. Ela citou o Carnaval de 2023 como exemplo: mesmo debilitada, a cantora participou de eventos e celebrações, aproveitando ao máximo os períodos em que se sentia bem. De acordo com Dieckmann, essa atitude refletia o modo de vida da artista, que procurava transformar qualquer trégua da doença em oportunidade para celebrar e trabalhar.
A atriz enfatizou que Preta “foi até onde pôde” no enfrentamento do câncer. Ainda que aparentasse cansaço nas horas finais, Dieckmann disse ter percebido na amiga um esforço contínuo para permanecer consciente e próxima dos familiares. Segundo ela, essa postura transmitia a sensação de que a cantora mantinha o compromisso de “dar tudo o tempo todo”, mesmo quando a capacidade física já estava comprometida pelo avanço da doença.
Questionada sobre o estado emocional nos instantes derradeiros, Dieckmann descreveu um ambiente marcado essencialmente pelo afeto. Disse que a cantora “partiu com muito amor”, pois havia uma rede de cuidado que se estendia do quarto do hospital aos contatos virtuais mantidos pelos amigos que não puderam viajar. A atriz destacou que a ausência de dor, facilitada pela medicação, contribuiu para que a despedida ocorresse de maneira serena.
Preta Gil travava batalha contra o câncer no intestino desde julho de 2022, quando divulgou o diagnóstico. Ao longo do tratamento, enfrentou cirurgias, sessões de quimioterapia e períodos de internação, mantendo atividade profissional sempre que o estado de saúde permitia. A morte ocorreu nos Estados Unidos, onde se submetia a mais uma etapa terapêutica.
Carolina Dieckmann encerrou o relato reforçando que a cantora recebeu apoio ininterrupto desde o primeiro dia do diagnóstico, exceção feita ao afastamento do ex-marido. Para a atriz, essa rede de proteção foi decisiva para que Preta se sentisse acolhida, não sofresse abandono e encontrasse forças para enfrentar o processo até o último suspiro.
A artista deixa o filho Francisco, de 19 anos, a neta Sol, de 7, demais familiares e uma legião de amigos. O corpo deve ser trasladado para o Brasil, onde os detalhes sobre velório e sepultamento serão divulgados pela família.
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