Brasília, 04 de outubro de 2025. O ministro do Turismo, Celso Sabino, decidiu permanecer no governo Luiz Inácio Lula da Silva, apesar da ordem do União Brasil para que todos os filiados deixassem a Esplanada. A resistência do parlamentar cria um impasse interno e pode resultar na expulsão dele da sigla.
Pressão do partido e processos disciplinares
Em 18 de setembro, a Executiva nacional do União Brasil deliberou que seus integrantes deveriam abandonar cargos federais em 24 horas, movimento alinhado à estratégia de oposição ao Palácio do Planalto. Sabino, no entanto, ignorou o prazo e adiou a renúncia. A postura levou o partido a abrir, em 30 de setembro, um processo disciplinar de expulsão, relatado pelo deputado Fábio Schiochet (SC), presidente da Comissão de Ética da Câmara.
Notificado oficialmente, o ministro tinha até 3 de outubro para protocolar defesa prévia. Schiochet informou que apresentará parecer no dia 8 e, caso Sabino continue no Executivo até 7 de outubro, recomendará a expulsão. O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, já sinalizou que convocará a Executiva para votar o destino do parlamentar tão logo o relatório seja entregue.
Paralelamente, uma segunda sindicância foi instaurada para destituir a direção estadual do partido no Pará, comandada pelo próprio ministro. A relatoria ficou com a senadora Professora Dorinha (TO), seguindo cronograma idêntico ao do processo de expulsão. Dirigentes avaliam que a condução simultânea dos dois procedimentos busca reforçar a autoridade da cúpula partidária diante da desobediência de Sabino.
Agenda oficial em Belém e apoio a Lula
Mesmo sob pressão, Sabino manteve roteiro oficial em Belém na sexta-feira (3), ao lado do presidente Lula. Os dois vistoriaram obras preparatórias para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada para 2025, que será realizada na capital paraense. O Ministério do Turismo considera o evento uma vitrine para impulsionar o fluxo de visitantes e investimentos na região.
Durante a agenda, o ministro agradeceu publicamente ao chefe do Executivo: “Presidente Lula, o que nós fizemos juntos no Turismo nunca será esquecido. Nenhum partido político, cargo ou ambição pessoal vai me afastar do povo que eu amo e do estado do Pará”. A fala foi interpretada internamente como sinal de alinhamento ao Planalto, contrariando a resolução do União Brasil.
Disputa eleitoral no Pará
Sabino é pré-candidato ao Senado em 2026. A sucessão paraense tende a ser polarizada: o governador Helder Barbalho (MDB) surge como favorito à primeira vaga, enquanto a segunda deve ficar entre o ministro e o presidente da Assembleia Legislativa, Chicão (MDB). Manter-se no comando do Turismo até a COP30 e o tradicional Círio de Nazaré, eventos de alta visibilidade, é visto por aliados de Sabino como estratégia para fortalecer sua futura candidatura.
Nos bastidores, integrantes do União Brasil criticam a manobra. Para eles, a permanência prolongada no governo petista enfraquece a orientação partidária e cria precedente que outros filiados poderiam usar para descumprir decisões coletivas. “Espero que ele tenha coerência e siga a orientação do partido”, declarou Schiochet ao jornal O Globo, reforçando a possibilidade de expulsão.


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Imagem: Lula Marques
Próximos passos
O cronograma interno do União Brasil prevê que o relatório do processo disciplinar seja votado pela Executiva logo após a apresentação. Caso a recomendação seja pela expulsão e a direção confirme, Sabino ficará sem legenda em pleno exercício do mandato ministerial, condição que pode complicar sua futura campanha ao Senado.
Enquanto isso, o ministro segue à frente do Turismo. Para justificar sua decisão, ele alega compromisso com projetos que considera estratégicos para o Pará e sustenta que a pasta tem papel crucial na preparação da COP30. O Palácio do Planalto ainda não se pronunciou oficialmente, mas interlocutores de Lula confirmam o interesse do presidente em manter Sabino no cargo até, pelo menos, o encerramento da agenda em Belém.
A atuação do ministro será monitorada de perto pelo União Brasil nas próximas semanas. Dirigentes apontam que a sigla não recuará da linha adotada, reforçando o clima de confronto. Se a expulsão se concretizar, Sabino precisará buscar nova legenda ou negociar retorno em condições mais restritivas, cenários que podem alterar a correlação de forças no Pará.
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Em síntese, Celso Sabino optou por permanecer no Ministério do Turismo, contrariando a direção do União Brasil e arriscando a expulsão. O posicionamento dele evidencia a tensão entre interesses partidários e alianças com o governo federal. Continue acompanhando para saber se o partido confirmará a punição e quais impactos isso trará à disputa pelo Senado em 2026.
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