Brasília, 3 de setembro de 2025 — O ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Eduardo Tagliaferro afirmou, em depoimento por videoconferência à Comissão de Segurança Pública do Senado, que documentos usados pelo ministro Alexandre de Moraes teriam sido forjados para justificar investigações contra empresários alinhados ao então presidente Jair Bolsonaro. Apesar da gravidade das declarações, o grupo Globo não mencionou o tema em sua página principal, concentrando-se em reportagens sobre o julgamento do ex-chefe do Executivo.
Acusações diretas contra Alexandre de Moraes
Tagliaferro, que prestou serviços de perícia técnica ao gabinete de Moraes no TSE, relatou que ordens judiciais foram “retroagidas” para legitimar medidas cautelares aplicadas com base em uma reportagem publicada pelo jornalista Guilherme Amado. Segundo o ex-assessor, a operação mirou um grupo restrito de grandes empresários favoráveis a Bolsonaro, com o objetivo de intimidar possíveis doadores da campanha de 2022.
Em sua fala, o perito sustentou que houve fraude processual, pois documentos teriam sido alterados para produzir a aparência de legalidade. Ele também afirmou que alertou superiores sobre a inconsistência dos autos, mas não obteve resposta. A denúncia inclui a acusação de que informações sensíveis foram incorporadas ao processo sem o devido registro, violando a cadeia de custódia probatória.
Repercussão entre jornalistas e juristas
O jornalista Silvio Navarro classificou as revelações como “graves demais” e cobrou uma investigação imediata: “Um perito que trabalhava para Moraes diz que documentos foram forjados. Será que parte da imprensa vai permanecer anestesiada?”, perguntou em rede social. O advogado André Marsiglia, especialista em direito constitucional, listou potenciais crimes praticados se as declarações forem confirmadas: falsidade ideológica, falsificação de documento público, uso de documento falso, prevaricação e crime de responsabilidade — este último passível de resultar em impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Evandro Rathunde, comentarista político, atribuiu o silêncio da emissora à proximidade com o atual governo: “Ao ocultar as denúncias de Tagliaferro, a Globo confirma seu papel de porta-voz do consórcio que tomou o poder”, escreveu. A emissora, até o fechamento desta edição, mantinha cinco reportagens sobre o julgamento de Bolsonaro e mais uma sobre possível anistia, sem espaço para a oitiva no Senado.
O contraste na cobertura da mídia
A ausência de qualquer nota sobre o depoimento contrasta com a ampla visibilidade dada aos processos eleitorais contra o ex-presidente. Críticos lembram que, em 2022, o âncora do Jornal Nacional, William Bonner — que anunciou aposentadoria nesta semana — disse a Lula em debate televisivo: “O senhor não deve mais nada à Justiça”. Para analistas de direita, a frase simboliza o alinhamento editorial do grupo Globo a pautas governistas desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
Observadores conservadores afirmam que a escolha do noticiário favorece a narrativa segundo a qual a ameaça institucional parte da oposição, enquanto acusações contra autoridades instaladas passam à margem. Na avaliação desses comentaristas, o caso Tagliaferro revela um possível duplo padrão jornalístico: denunciam-se supostos excessos de Bolsonaro, mas eventuais abusos cometidos por ministros do STF receberiam tratamento obscuro ou negligente.
Possíveis desdobramentos no Senado
Parlamentares da oposição já articulam a convocação de Alexandre de Moraes para prestar esclarecimentos. Eles estudam ainda requerer perícia independente dos documentos citados por Tagliaferro, bem como acesso à íntegra do processo que embasou decisões contra os empresários investigados. Caso as suspeitas se confirmem, senadores pretendem encaminhar representação ao Ministério Público Federal (MPF).


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Imagem: Saulo Cruz
Líderes governistas, por sua vez, minimizam o episódio e argumentam que questionar atos de ministros do STF poderia tensionar as relações entre os Poderes. O Palácio do Planalto não se manifestou oficialmente sobre o depoimento.
Silêncio que incomoda
A conduta do consórcio de mídia, em especial da Globo, reacende o debate sobre pluralidade e responsabilidade jornalística. Para vozes conservadoras, o público tem direito de conhecer denúncias que envolvem autoridades de alta corte, independentemente de alinhamentos partidários. A omissão seria, na prática, uma forma de filtrar a informação e preservar figuras consideradas estratégicas para a sustentação do atual governo.
Enquanto isso, as acusações de Tagliaferro seguem ecoando em redes sociais e veículos independentes. A pressão por transparência tende a aumentar, sobretudo diante da possibilidade de investigação formal no Senado. O desenrolar do caso poderá testar, novamente, o compromisso das redações tradicionais com a divulgação equânime de fatos relevantes.
Para acompanhar os próximos passos da comissão e entender como essa denúncia pode impactar o cenário político, vale conferir também a cobertura da editoria de política em nosso portal, que será atualizada conforme novas informações surgirem.
Resumindo: o depoimento de Eduardo Tagliaferro trouxe acusações sérias contra o ministro Alexandre de Moraes e colocou em xeque a postura editorial da Globo. Fique atento às atualizações e compartilhe esta reportagem para que mais pessoas tenham acesso aos fatos.
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