O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) lançou uma cobrança pública contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), em meio ao anúncio de tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Na avaliação do parlamentar, o ex-ministro da Infraestrutura “nunca ajudou” o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e estaria, segundo ele, focado apenas em se posicionar como eventual nome da direita para 2026.
Pressão internacional e disputa interna
A mensagem de Eduardo foi encaminhada diretamente ao pai, reforçando a insatisfação com a atuação de Tarcísio nos bastidores diplomáticos. O deputado relatou que vem buscando interlocução com figuras próximas ao ex-presidente norte-americano Donald Trump para viabilizar sanções contra autoridades brasileiras, entre elas ministros do STF, sob o argumento de perseguição política contra Jair Bolsonaro. De acordo com Eduardo, qualquer movimento que associe Tarcísio à liderança conservadora do País “alivia” a pressão de Washington sobre Brasília, pois sugere a possibilidade de substituição do ex-chefe do Executivo.
O parlamentar também afirmou que precisou “driblar” em reuniões nos Estados Unidos a tese de que “Tarcísio é igual a Bolsonaro”. Ele ressalta que apenas ele e o comentarista político Paulo Figueiredo teriam acesso direto à Casa Branca, condição considerada essencial para assegurar que eventual apoio externo fique condicionado à anistia e à defesa de Jair Bolsonaro, e não a um projeto alternativo de poder.
Tarifas de 50% elevam tensão Brasil-EUA
O anúncio do tarifaço partiu do governo norte-americano, estabelecendo alíquota de 50% sobre aço, alumínio e outros produtos do Brasil. O aumento reforçou a necessidade de uma resposta coordenada, mas também escancarou divisões internas na direita. Para Eduardo, Tarcísio “assistiu de braços cruzados” enquanto o ex-presidente enfrentava decisões desfavoráveis no Supremo e, agora, manteria postura semelhante diante da medida comercial dos EUA.
No Congresso, parlamentares alinhados ao PL defendem reação firme ao governo de Joe Biden, vista como adversário das pautas conservadoras na região. Ao mesmo tempo, o grupo próximo a Eduardo avalia que um eventual retorno de Trump à Casa Branca pode reverter as tarifas, desde que a família Bolsonaro continue à frente da articulação diplomática.
2026 no horizonte
A sucessão presidencial já mobiliza bastidores. Tarcísio de Freitas atrai simpatizantes pela gestão em São Paulo e pela experiência técnica acumulada no governo federal. Entretanto, o núcleo mais próximo de Jair Bolsonaro entende que qualquer candidatura em 2026 deve priorizar a defesa jurídica do ex-presidente, que responde a múltiplos inquéritos e ações judiciais no STF. Eduardo argumenta que lançar Tarcísio sem resolver a situação do pai não apenas mantém a incerteza jurídica, como também fragmenta o eleitorado conservador.
Assessores do governador rebatem, afirmando que Tarcísio se mantém leal e que sua atuação internacional busca preservar o ambiente econômico para o Estado de São Paulo, maior polo industrial do País. Mesmo assim, a crítica de Eduardo foi interpretada como sinal de que o deputado pretende liderar pessoalmente as negociações externas, blindando o capital político da família.
Lealdade em foco
Dentro do PL, cresce a percepção de que o apoio incondicional a Jair Bolsonaro continua sendo pré-requisito para qualquer movimento eleitoral. A mensagem de Eduardo reforça esse ponto ao questionar a suposta ausência de Tarcísio em momentos cruciais, especialmente durante votações no STF que resultaram em restrições a direitos políticos do ex-presidente.
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Imagem: Internet
Analistas veem na declaração um esforço para evitar que figuras emergentes da direita conquistem protagonismo antes de definida a situação jurídica de Bolsonaro. Ao tornar público o descontentamento, Eduardo busca enquadrar aliados, sinalizando que a lealdade não é opcional e que qualquer aproximação com potências estrangeiras deve passar pelo crivo do clã.
A crítica também atinge o governador num momento em que São Paulo negocia investimentos externos e busca manter boas relações comerciais com os Estados Unidos, principal destino das exportações paulistas. A tensão entre interesses estaduais e a estratégia nacional da família Bolsonaro tende a se aprofundar caso as tarifas permaneçam em vigor.
Enquanto isso, nos círculos conservadores, há quem defenda priorizar a união do campo à direita para enfrentar desafios internos, como a inflação e a insegurança jurídica. Outros, alinhados a Eduardo, sustentam que não há espaço para novos líderes sem a plena reabilitação política de Jair Bolsonaro.
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Em síntese, o embate expõe a disputa por protagonismo na direita e recoloca a lealdade a Jair Bolsonaro como divisor de águas. Fique atento às próximas semanas e compartilhe este conteúdo com quem acompanha a cena política nacional.
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