A mostra “Quem é o Homem do Sudário?”, conhecida por percorrer dezenas de cidades brasileiras na década passada, passa por ampla atualização em Roma e tem como objetivo voltar ao país na Páscoa de 2026. A versão 2.0 está instalada no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, dos Legionários de Cristo, onde painéis, objetos e recursos multimídia foram revistos para refletir as descobertas mais recentes sobre o Santo Sudário de Turim.
Atualizações científicas e novas peças
Os responsáveis pela exposição revisaram todos os painéis para incluir dados publicados em 2019 que questionam a datação por carbono-14 realizada em 1988. Esse material bruto, agora disponível, reduz ainda mais a credibilidade do teste que datava o tecido como medieval. O sacerdote Rafael Pascual, coordenador do curso sobre o Sudário no Regina Apostolorum, explica que o visitante encontra informações históricas, científicas e teológicas atualizadas, mantendo o caráter didático da mostra.
Entre os objetos preservados estão o fac-símile em tamanho real do Sudário, réplicas de instrumentos de tortura romanos e a escultura do Cristo morto em posição compatível com a imagem do pano. Três adições ganham destaque:
- Crucifixo sindônico – criado pelo monsenhor Giulio Ricci, mostra possíveis movimentos do crucificado com base nas manchas de sangue.
- Painel de sobreposição – compara o rosto do Sudário com a escultura Salvator Mundi, de Gian Lorenzo Bernini, revelando semelhanças faciais.
- Espaço multissensorial – inclui cópia de “O Sepultamento de Cristo”, de Caravaggio, produzida para acessibilidade e imersão do público.
Desafios logísticos e cronograma previsto
A pesquisadora brasileira Renata Beman lidera o esforço para trazer a mostra de volta. Dioceses como Maceió e Rio de Janeiro já manifestaram interesse, mas os custos seguem como principal obstáculo. Transporte, produção de artefatos, tradução e impressão de novos painéis exigem financiamento robusto.
Renata avalia duas possibilidades: replicar integralmente a versão romana ou adaptar o conteúdo às condições econômicas locais. Mesmo na opção ajustada, o espaço multissensorial está garantido. Segundo ela, com apoio de patrocínios públicos ou privados, a montagem no Brasil poderia ocorrer antes da Páscoa de 2026. Interessados em contribuir podem contatá-la diretamente para detalhes sobre cotas de apoio.
Formação acadêmica sobre o Sudário
Paralelamente, o Regina Apostolorum mantém inscrições abertas até 31 de outubro para um curso on-line de especialização em Sindonologia. O programa de um ano custa 550 euros e aborda aspectos históricos, científicos e teológicos do pano. As aulas do primeiro semestre começam em 8 de novembro, oferecendo certificado equivalente a uma pós-graduação lato sensu.
A iniciativa reforça a abordagem acadêmica e conservadora em torno do Sudário, aproximando pesquisadores, fiéis e interessados em patrimônio cristão. A expectativa é que parte dos formandos participe ativamente da organização logística e de visitas guiadas quando a exposição desembarcar no Brasil.
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Imagem: Marcio Antio Campos
Impacto cultural e religioso
Durante sua passagem anterior pelo país, “Quem é o Homem do Sudário?” atraiu milhares de visitantes em capitais e cidades médias, impulsionando o debate sobre a historicidade da Paixão de Cristo. A atualização da mostra, agora com evidências mais recentes e recursos interativos, tende a ampliar o interesse do público brasileiro, majoritariamente cristão, e a reforçar valores ligados à tradição judaico-cristã.
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Em síntese, a renovada exposição do Santo Sudário reúne achados científicos, objetos inéditos e um projeto de itinerância ambicioso. Se o cronograma for cumprido, brasileiros poderão revisitar — ou conhecer pela primeira vez — um dos testemunhos materiais mais discutidos sobre a vida de Jesus. Participe, compartilhe e acompanhe nossos próximos boletins para saber como contribuir ou visitar a mostra quando ela chegar.
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