O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou neste domingo, 7 de setembro, em ato realizado em Copacabana, que os demais ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) deverão “entregar a cabeça” do ministro Alexandre de Moraes à sociedade brasileira. O parlamentar declarou que a Corte reconhece ter “ido longe demais” ao sustentar a narrativa de tentativa de golpe de Estado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Críticas diretas a Moraes e previsão de isolamento
Diante de milhares de apoiadores que lotaram a orla da zona sul carioca, Flávio dirigiu palavras duras contra o relator das ações penais relacionadas aos eventos de 8 de Janeiro. Segundo o senador, Moraes exibiria “traços de psicopatia” por admitir a manutenção de processos que, na avaliação do filho do ex-chefe do Executivo, carecem de base fática.
“Todos no Supremo sabem que Bolsonaro é inocente, todos sabem que não houve tentativa de golpe”, afirmou. Para o congressista, a postura de Moraes estaria “humilhando” o Poder Legislativo e provocando desgaste institucional. Ele previu que os demais ministros, descritos como “pessoas normais”, em breve se afastarão do colega:
“O próprio Supremo vai dar a cabeça de Moraes na bandeja para o povo brasileiro porque ele foi longe demais.”
Anistia integral como saída política
Flávio Bolsonaro também aproveitou o palanque para cobrar o avanço de um projeto de anistia que abrange esfera penal, cível, administrativa e eleitoral. O pedido foi direcionado ao presidente interino da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e ao presidente em exercício do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). De acordo com o texto defendido pelo parlamentar, a medida beneficiaria todos os processados desde a abertura do inquérito das fake news, alcançando igualmente o ex-presidente Bolsonaro.
“Não existe meia anistia. Não vamos admitir uma anistia que não inclua o presidente”, reforçou. O senador criticou a possibilidade de anistiar apenas participantes de menor escalão sem alcançar os principais nomes investigados.
A mobilização por anistia ocorre às vésperas da conclusão do julgamento que poderá fixar penas entre 25 e 30 anos de prisão para os primeiros oito réus acusados de atentado contra a ordem constitucional. A Procuradoria-Geral da República defende condenações que, somadas, ultrapassam 40 anos de reclusão.
Atmosfera do ato em Copacabana
A concentração bolsonarista teve início antes das 11h e reuniu faixas com dizeres como “Fim da ditadura do STF”, “Senadores omissos, + moral e – Moraes” e “Anistia já”. O público utilizou as cores da bandeira nacional, em clima semelhante às manifestações que marcaram o 7 de Setembro durante o mandato de Jair Bolsonaro.
O senador discursou por cerca de 15 minutos, sem fazer menções diretas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele centrou o discurso no STF e na necessidade de proteção das prerrogativas do Poder Legislativo diante do que classifica como “perseguição judicial”.
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Imagem: Internet
Julgamento no STF entra na reta final
Enquanto Flávio discursava no Rio, os ministros do STF se preparam para a etapa decisiva do julgamento sobre os atos de 8 de Janeiro. O relator Alexandre de Moraes já apresentou voto favorável à condenação dos réus pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada.
A divergência interna apontada pelo senador ainda não se refletiu no plenário, onde a maioria vem acompanhando o relator em decisões anteriores relacionadas ao caso. A expectativa é de que o resultado seja conhecido nos próximos dias.
Pressão sobre o Congresso
A fala de Flávio amplia a pressão sobre deputados e senadores para deliberarem sobre a proposta de anistia. Aliados do ex-presidente avaliam que a votação, se ocorrer antes do desfecho no STF, poderia neutralizar sentenças futuras. No entanto, lideranças do Congresso demonstram cautela diante das repercussões políticas e jurídicas.
Integrantes da oposição entendem que o requerimento do senador busca consolidar apoio popular a uma iniciativa legislativa capaz de reverter medidas judiciais classificadas pelo grupo como “excessos” do Judiciário.
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Em síntese, Flávio Bolsonaro aposta no isolamento de Alexandre de Moraes dentro do STF e coloca o Congresso no centro da disputa ao defender anistia ampla. Resta saber se o cenário político confirmará a previsão do senador ou manterá o Judiciário no comando das decisões sobre o 8 de Janeiro. Participe do debate: deixe seu comentário e compartilhe esta notícia.
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