O Palácio do Planalto oficializou nesta terça-feira (25) a troca do slogan que tem acompanhado a comunicação federal desde janeiro de 2023. A expressão “União e reconstrução”, usada desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, foi substituída por “Do lado do povo brasileiro”. A mudança ocorre enquanto indicadores econômicos permanecem pressionados, pesquisas apontam maioria da população descontente e a base aliada enfrenta fissuras no Congresso Nacional.
Contexto econômico desfavorável
A decisão de alterar o mote governamental foi anunciada num cenário de inflação persistente, sobretudo em itens de primeira necessidade. Levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram alta contínua nos preços dos alimentos, impactando diretamente o poder de compra das famílias. Paralelamente, o mercado de trabalho registra lentidão na criação de vagas formais, e projeções do próprio Ministério da Fazenda indicam expansão do Produto Interno Bruto abaixo das expectativas iniciais para 2024.
Em meio a essas pressões, agentes do setor produtivo cobram medidas efetivas para reduzir custos e estimular investimentos. Até o momento, no entanto, não houve anúncio de programa robusto que contemple cortes de gastos ou reformas estruturais capazes de destravar a economia. A troca de slogan passa, assim, a ser interpretada dentro do Executivo como tentativa de reposicionar a imagem do governo diante de resultados aquém do prometido durante a campanha.
Fragilidade política e CPMI do INSS
No Legislativo, a base governista soma derrotas recentes. A mais sensível envolve a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Parlamentares aprovaram convocações de ex-ministros e ex-presidentes do órgão, expondo falhas na gestão previdenciária. A condução dos trabalhos tem gerado embaraços a ministros e interlocutores do Planalto, evidenciando dificuldades na articulação com deputados e senadores.
Em votações cruciais, o governo tem contado com placares apertados, sinal de que o apoio formal não se converte em fidelidade integral nas sessões deliberativas. Lideranças da Câmara falam, reservadamente, em déficit de coordenação política. Diante desse quadro, a nova marca “Do lado do povo brasileiro” tenta reforçar proximidade com a sociedade na esperança de pressionar congressistas a alinharem-se a pautas do Executivo.
Pesquisas mostram desaprovação superior a 50%
Levantamento divulgado pelo instituto Paraná Pesquisas indica que 53,6% dos entrevistados reprovam a administração Lula. Outros 42,9% declaram aprovação, enquanto 3,5% não souberam ou preferiram não opinar. Embora o índice represente leve melhora em relação a sondagens anteriores, continua distante dos patamares necessários para fortalecer a governabilidade.
Analistas políticos atribuem a oscilação à percepção de que promessas de retomada econômica ainda não se materializaram, somada às turbulências na Câmara e no Senado. A ideia de reposicionar a mensagem oficial, portanto, surge como tentativa de reduzir a diferença entre discurso e realidade percebida pelos eleitores.
Estrategistas falam em “tom mais popular”
Integrantes da Secretaria de Comunicação justificam que o novo slogan enfatiza vínculo direto com a população. Internamente, a avaliação é de que “União e reconstrução” remetia a um esforço administrativo pós-pandemia, etapa considerada superada pela equipe de marketing. A orientação agora visa destacar compromisso social, apostando no apelo emocional contido na expressão “Do lado do povo brasileiro”.


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Imagem: Marcelo Camargo
Para viabilizar a mudança, todos os materiais institucionais deverão sofrer atualização gradual. peças publicitárias, sites oficiais e perfis em redes sociais passarão a exibir a nova frase nas próximas semanas. O custo da substituição não foi detalhado, mas assessores garantem que será absorvido dentro do orçamento previsto para comunicação governamental.
Desafios permanecem
Apesar do reposicionamento, os desafios centrais continuam: controlar a inflação, acelerar o crescimento e reconstruir maioria sólida no Congresso. Na prática, parlamentares condicionam apoio a pautas econômicas a cortes de despesas e negociações pontuais sobre emendas. Enquanto isso, o índice de confiança do consumidor segue impactado pelos preços elevados e pela incerteza sobre a geração de empregos.
O êxito da nova estratégia de comunicação dependerá, portanto, de respostas concretas a esses temas. Sem avanços tangíveis na economia e na articulação política, a simples troca de slogan tende a produzir efeito limitado na opinião pública.
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Em resumo, o governo Lula troca seu slogan no momento em que enfrenta inflação resistente, desgaste legislativo e desaprovação majoritária. Resta saber se a nova frase, centrada na proximidade com o cidadão, conseguirá traduzir-se em resultados efetivos. Continue nos acompanhando e receba as próximas atualizações diretamente em seu dispositivo.

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