O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expôs três frentes de atuação do governo federal durante entrevista ao programa Canal Livre, da Band, que vai ao ar neste domingo (31). O titular da economia criticou a postura dos Estados Unidos nas negociações comerciais, reiterou a proposta de isentar do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil e reconheceu prejuízos relevantes em estatais, em especial nos Correios.
Choque diplomático: Lei da Reciprocidade contra o tarifaço norte-americano
Haddad relatou que uma reunião virtual havia sido agendada com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, mas foi cancelada pelos norte-americanos sob alegação de “falta de agenda”. Segundo o ministro, pouco depois, Bessent recebeu o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em Washington, gesto visto pelo governo brasileiro como sinal de desinteresse da Casa Branca em discutir a questão tarifária.
O desconforto levou o Palácio do Planalto a acionar formalmente a Lei da Reciprocidade Econômica. O dispositivo determina prazo de até 210 dias para implementação de eventuais contramedidas e cria condições de paridade nas consultas entre os dois países. O governo brasileiro já enviou a comunicação oficial a Washington, mas afirma que ainda privilegia a negociação direta.
A reação veio após o processo aberto pelos EUA, no mês passado, que elevou tarifas de importação sobre parcela significativa das exportações brasileiras. Na visão de Haddad, o “tarifaço machuca um pouco, mas o Brasil tem condições de enfrentar”, frase que reforça a disposição do Ministério da Fazenda de manter a disputa em plano diplomático e fiscal se não houver recuo norte-americano.
Imposto de Renda: isenção até R$ 5 mil e cobrança aos milionários
Durante a entrevista, Haddad voltou a defender o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores com rendimento mensal de até R$ 5 mil. O ministro classificou a medida como “neutra do ponto de vista fiscal”, afirmando que o impacto será compensado pela tributação de patrimônios mais elevados.
De acordo com o chefe da Fazenda, cerca de 15 milhões de brasileiros deixariam de pagar IR, enquanto 141 mil contribuintes com renda milionária passariam a recolher alíquotas mais altas. Ele argumenta que a proposta corrige “desigualdades históricas” e garante maior progressividade ao sistema. Haddad também mencionou estudos internos que apontam possibilidades de reduzir sonegação e ampliar a base de cobrança em camadas de alta renda.
Correios lideram lista de estatais deficitárias
No mesmo programa, Haddad foi questionado sobre a saúde financeira das empresas estatais. O ministro reconheceu que o caso mais delicado é o dos Correios. Segundo ele, a estatal carrega obrigação de universalidade que concorrentes privados não enfrentam. “Quem concorre com os Correios não tem obrigação de entregar carta; só faz o que compensa”, destacou.
O governo ainda não apresentou plano definitivo para cobrir o rombo da empresa de entregas postais. Técnicos avaliam saídas que vão de ajuste tarifário à revisão do modelo de subsídios, mas o tema segue em aberto. Outras estatais, como a EBC e a Infraero, também têm apresentado desempenho abaixo das expectativas, exigindo aportes frequentes do Tesouro Nacional.


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Imagem: Internet
Próximos passos e ambiente político
Com a Lei da Reciprocidade encaminhada, Brasília aguarda resposta de Washington. Se não houver avanço, o Brasil poderá aplicar tarifas espelhadas ou barreiras não tarifárias contra produtos norte-americanos, cenário que tende a elevar tensão comercial. Haddad, entretanto, declarou que “a prioridade segue sendo o diálogo”, observando que o prazo de 210 dias cria espaço para eventual acordo.
No front interno, o ministro articula o envio do projeto de isenção do IR ao Congresso. A equipe econômica diz ter concluído as estimativas de impacto e espera sinal verde do Palácio do Planalto para protocolar a matéria. O governo calcula que a tramitação, já em ano eleitoral, exigirá negociação intensa com líderes partidários.
Quanto às estatais, o Ministério da Fazenda deverá apresentar diagnóstico consolidado nas próximas semanas. A intenção é estabelecer metas de eficiência e cronograma de recuperação financeira, evitando novas transferências bilionárias do Orçamento.
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Em resumo, a entrevista de Fernando Haddad fortalece três linhas de ação do governo: contestar o tarifaço imposto pelos EUA, ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda e buscar solução para o déficit das estatais. Continue acompanhando nossos conteúdos e fique por dentro dos desdobramentos que podem impactar o bolso do cidadão e a competitividade do país.
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