O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota oficial nesta quinta-feira (11) para rebater declarações do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que classificou como “caça às bruxas” a decisão do Supremo Tribunal Federal de condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. O Itamaraty afirmou que o STF deu a “resposta institucional ao golpismo” e que ameaças vindas do exterior “não intimidarão a democracia brasileira”.
Condenação inédita e reação diplomática
A Primeira Turma do STF aplicou pena de 27 anos e 3 meses de prisão a Bolsonaro por suposta liderança em trama destinada a mantê-lo no cargo, além de quatro outros crimes. É a primeira vez que um ex-chefe de Estado brasileiro é sentenciado por tentativa de golpe de Estado.
Na nota, o Itamaraty destacou que o Judiciário atuou com “independência assegurada pela Constituição de 1988” e garantiu amplo direito de defesa aos acusados. “As instituições democráticas brasileiras deram sua resposta ao golpismo. Continuaremos a defender a soberania do país de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem”, afirma o comunicado.
O texto cita diretamente Rubio, que horas antes publicou no X (ex-Twitter) que os Estados Unidos “responderão adequadamente” à decisão e chamou o ministro Alexandre de Moraes de “violador de direitos humanos sancionado”. O chanceler brasileiro sublinhou que esse tipo de manifestação “ignora fatos e provas constantes dos autos”.
Trump e congressistas americanos ampliam pressão
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, também se pronunciou. Ao deixar a Casa Branca, declarou ter ficado “surpreso” com a maioria formada no Supremo e traçou paralelo entre o que chamou de perseguição a Bolsonaro e as ações judiciais que enfrenta em solo americano. “Conheço Bolsonaro como presidente do Brasil, não vejo isso acontecendo com ele”, afirmou.
Em julho, o governo Trump havia suspendido a entrada nos Estados Unidos de Moraes e de outros sete ministros do STF, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Na mesma medida, o visto da esposa e da filha de dez anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi revogado, gesto interpretado como retaliação ao programa Mais Médicos.
Rubio, que comanda o equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, reforçou que Washington “monitorará” os desdobramentos da sentença e prometeu reação se considerar o processo uma violação de garantias individuais.
Palácio do Planalto em tom contido
Segundo fontes do Executivo, o presidente Lula não determinou orientações específicas sobre manifestações públicas a respeito da condenação, mas, em conversas anteriores, havia pedido aos ministros que evitassem “espetacularização” para não alimentar a tese de vitimização de Bolsonaro nem acirrar militância contrária. Integrantes do governo avaliam que a discrição auxilia a preservar a imagem de imparcialidade do Judiciário.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, tuitou que a decisão do Supremo é “histórica” e representa reforço à democracia. Em resposta, a congressista reiterou que não se trata de motivo para festejos, mas de “registro necessário” para impedir novos ataques às instituições.


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Imagem: Internet
Disputa de narrativas e soberania nacional
A troca de mensagens entre Brasília e Washington eleva a tensão diplomática. O Itamaraty ressalta que qualquer tentativa de pressões externas será tratada como intromissão em assunto interno. Já setores conservadores brasileiros e lideranças estrangeiras aliadas a Bolsonaro classificam a sentença como politicamente motivada, argumento reforçado pelos pronunciamentos de Rubio e Trump.
Até o momento, não há confirmação de eventuais sanções adicionais por parte dos EUA. No entanto, a suspensão de vistos a magistrados brasileiros em julho evidencia que retaliações não são descartadas. Em resposta, o governo brasileiro mantém a posição de que a soberania e a independência dos Poderes são inegociáveis.
A condenação do ex-presidente e a reação norte-americana devem dominar o debate político nas próximas semanas. A expectativa é de que a defesa de Bolsonaro protocole recursos para tentar anular ou reduzir a pena, enquanto o Itamaraty permanece atento a eventuais movimentos de Washington.
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Em resumo, o governo brasileiro sustenta que o Supremo atuou de forma legítima e que pressões estrangeiras não alterarão o curso do processo. Continue acompanhando nossas atualizações e compartilhe este conteúdo para manter o debate informado.
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