A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, confessou ter cogitado deixar Brasília no segundo semestre do ano passado, período em que afirma ter sido alvo de sucessivos ataques públicos. Segundo relatou em entrevista a um jornal de circulação nacional, os acontecimentos a deixaram “desestruturada” a ponto de planejar retornar para Curitiba apenas com os pertences pessoais e suas cachorras.
Papel no Palácio e resistência ao modelo tradicional
A socióloga, casada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, declarou que optou por não adotar o modelo histórico de primeira-dama voltado exclusivamente a ações filantrópicas. Janja sustenta que, desde o início do mandato, deixou claro não aceitar “entrar na caixinha” reservada às esposas de chefes do Executivo. Ela reforça que essa postura seria uma das principais razões para a repercussão negativa que recebeu ao longo de 2023.
Apesar do cenário adverso, Janja afirma manter “o mesmo espírito” que demonstrou na campanha eleitoral de 2022, embora reconheça limitações impostas pela agenda oficial. “Não posso sair cantando em um evento como fazia na campanha”, exemplificou, destacando que ainda pretende participar de iniciativas que considera estratégicas para o governo, sobretudo ligadas a mulheres.
Na avaliação da primeira-dama, parte das críticas que enfrentou teria origem em disputas internas e externas ao governo, além da cobertura jornalística. Ao mencionar terem-na comparado a antecessoras que se dedicaram principalmente a causas sociais, Janja reiterou que não mudará de conduta para atender expectativas alheias.
Confronto com Michelle Bolsonaro e perspectiva para 2026
Questionada sobre a futura participação de Michelle Bolsonaro no cenário político, Janja descartou preocupação pessoal, mas se disse preparada para defender Lula de eventuais ataques. “Ele não precisa de proteção, mas não vou ficar calada”, afirmou. A primeira-dama classificou como inadequada a ocasião em que Michelle Bolsonaro chamou o presidente de “pinguço”, em agosto do ano passado, acrescentando esperar “ética” da ex-primeira-dama.
A fala de Janja ocorre em meio a expectativas de que Michelle assuma protagonismo no PL Mulher e, possivelmente, dispute uma vaga ao Senado pelo Distrito Federal em 2026. Mesmo sem confirmação oficial de uma candidatura à reeleição por parte de Lula, a disputa eleitoral já movimenta bastidores de ambos os campos políticos.
No depoimento, Janja alertou para o impacto de atitudes que coloca em risco a imagem feminina na política. “Já somos muito atacadas. Precisamos de mais espaços”, declarou, atribuindo às declarações de Michelle efeito negativo sobre a representação das mulheres em cargos de decisão.
Agenda com evangélicas e foco em políticas públicas
Entre as prioridades declaradas para este e o próximo ano, Janja citou articulações com grupos de mulheres evangélicas, público que historicamente demonstra maior afinidade com pautas conservadoras e, nas últimas eleições, se aproximou do ex-presidente Jair Bolsonaro. O objetivo, segundo ela, é compreender de que forma as políticas do governo federal impactam esse segmento.
Para conduzir essa estratégia, a primeira-dama pretende intensificar encontros presenciais e ampliar o diálogo sobre programas sociais, trabalho e combate à violência doméstica. Ela entende que a disputa por votos femininos será determinante em 2026, sobretudo entre eleitoras de perfil religioso.
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Imagem: Internet
Entre recuos e permanência na capital
Mesmo relatando momentos de abalo emocional que quase a afastaram do Palácio da Alvorada, Janja diz ter decidido permanecer em Brasília para dar continuidade à agenda definida ainda na transição. A primeira-dama sustenta que o confronto verbal sofrido no ano passado serviu para reforçar sua disposição em exercer um papel ativo no governo, inclusive diante de conflitos políticos que envolvam o presidente.
Ao mencionar o episódio em que pensou em “pegar a bolsa e as cachorras” e voltar para casa, Janja justificou a desistência do plano com o argumento de que “ninguém deveria ceder ao ataque”. Acrescentou que tem recorrido a apoio profissional e familiar para lidar com o desgaste provocado por críticas constantes.
O relato expõe a tensão que envolve o cargo de primeira-dama e antecipa os desafios do Palácio do Planalto nos próximos dois anos. A participação de esposas de ex-presidentes em campanhas e a aproximação de eleitoras indecisas prometem influenciar a disputa de 2026.
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Em resumo, Janja admite ter considerado deixar Brasília, reafirma que seguirá fora da “caixinha” tradicional de primeira-dama e se coloca na linha de frente para reagir a ataques contra Lula, especialmente se vierem de Michelle Bolsonaro. Continue conosco e receba as principais notícias diretamente no seu dispositivo: ative as notificações e não perca nenhum detalhe das movimentações em Brasília.
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