O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu nesta terça-feira (23) a 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York, e utilizou o púlpito para contestar diretamente as novas sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil e para reforçar que “nossa democracia é inegociável”. O discurso veio um dia depois de Washington anunciar restrições que alcançam inclusive familiares do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Críticas às sanções e defesa da soberania
Lula sustentou que decisões unilaterais representam ameaça concreta ao sistema multilateral criado após a Segunda Guerra Mundial. Segundo o chefe do Executivo, “atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando regra”, situação que, na avaliação do presidente, coloca em xeque os “ideais fundadores” da ONU.
Sem mencionar o ex-presidente norte-americano Donald Trump pelo nome, Lula direcionou suas palavras à Casa Branca. Rechaçou, de forma enfática, medidas que classifica como agressões à independência do Judiciário brasileiro e ao funcionamento da economia nacional. “Não há justificativa para medidas arbitrárias contra nossas instituições e nossa economia”, declarou.
O tom confrontativo marcou a abertura dos trabalhos no plenário, tradicionalmente iniciada pelo Brasil. O clima de tensão diplomática elevou a expectativa para o pronunciamento de Trump, previsto para ocorrer logo na sequência, com sinais de que o republicano defenderia a continuidade das sanções e o protagonismo hegemônico dos Estados Unidos.
Alerta sobre forças antidemocráticas
No mesmo pronunciamento, Lula denunciou a atuação de grupos políticos que, segundo ele, operam “dentro e fora do país” com o objetivo de fragilizar instituições democráticas. O presidente afirmou que tais grupos contam com “uma extrema-direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias” para fomentar ingerência em assuntos internos do Brasil.
Para exemplificar a resposta institucional brasileira, Lula mencionou a condenação de um ex-chefe de Estado pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Nas palavras do petista, o processo demonstrou que o país “investigou, indiciou, julgou e responsabilizou” os envolvidos, assegurando amplo direito de defesa. Embora não tenha citado o nome de Jair Bolsonaro, a referência foi direta, sinalizando que o governo pretende manter a narrativa de responsabilização dos autores dos ataques.
O presidente vinculou o avanço de “forças antidemocráticas” ao enfraquecimento do multilateralismo. Para ele, o autoritarismo prospera quando a comunidade internacional se omite. “Forças antidemocráticas tentam subjugar as instituições, cultuam a violência, atuam como milícias físicas e digitais e cerceiam a imprensa”, elencou.
Polarização evidencia distanciamento entre Brasília e Washington
A jornada em Nova York expôs a distância crescente entre os governos de Brasil e Estados Unidos, que completam 201 anos de relações diplomáticas em 2025. Enquanto Lula prega reforço da cooperação internacional e rejeita punições unilaterais, a gestão Trump mantém o argumento de que as sanções são necessárias para pressionar mudanças internas em países considerados adversários.
A postura brasileira, ressaltada nesta Assembleia, busca projetar o país como voz ativa na defesa da soberania nacional e do diálogo multilateral. Ao mesmo tempo, o Planalto se posiciona contra interferências externas que alcancem integrantes do Poder Judiciário, ponto sensível na conjuntura interna após decisões do Supremo envolvendo investigações sobre o 8 de Janeiro.


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Imagem: Internet
Nos bastidores da ONU, diplomatas avaliaram que o discurso de Lula sinaliza endurecimento da política externa brasileira diante de qualquer medida que interfira diretamente no funcionamento das instituições nacionais. A perspectiva é de que Brasília insista na retirada das restrições aplicadas na véspera do evento.
Expectativa para desdobramentos
A escalada retórica inaugura uma etapa de negociações em meio a outros temas relevantes da pauta global, como crise climática, segurança alimentar e conflitos armados. Ainda assim, a troca de acusações entre Brasil e Estados Unidos dominou a atenção no plenário, transformando a tradicional abertura da Assembleia em termômetro das relações bilaterais.
Observadores internacionais apontam que o grau de confronto pode afetar futuras cooperações em áreas estratégicas, como comércio, inovação tecnológica e proteção ambiental. Até o momento, não há indicação de encontros bilaterais entre Lula e Trump à margem da Assembleia.
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Em resumo, o discurso de Lula na ONU reitera a defesa da soberania brasileira diante de sanções aplicadas pelos Estados Unidos e alerta contra avanços de grupos que classifica como antidemocráticos. Continue acompanhando nossas publicações e fique por dentro dos próximos passos dessa disputa diplomática.
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