Brasília, 29 de setembro de 2025 — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, que pretende levar a primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, ao encontro que negocia com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A declaração ocorreu em tom de brincadeira, mas evidencia a disposição do chefe do Executivo de manter a esposa em posição de destaque nas agendas internacionais, apesar de críticas recorrentes à participação da primeira-dama em eventos diplomáticos.
Contato inicial foi de apenas 30 segundos na ONU
Segundo o próprio Lula, o encontro com Trump ainda não tem data definida. O primeiro contato entre os dois ocorreu na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, na semana passada, e durou cerca de 30 segundos. Após essa conversa rápida, interlocutores dos governos brasileiro e norte-americano abriram tratativas para organizar uma reunião formal, possivelmente presencial, mas com um telefonema ou videoconferência previsto como etapa inicial.
Ao anunciar que levaria Janja para o futuro compromisso, Lula descreveu a esposa como “a mulher mais bem-casada do planeta Terra”. A primeira-dama, que estava no palco do evento voltado a políticas para mulheres, sorriu e gesticulou em sinal de negação, numa tentativa de minimizar a frase. Mesmo assim, a cena reforçou a intenção do presidente de mantê-la em papel proeminente, apesar dos recentes episódios que motivaram questionamentos quanto ao preparo e à conveniência de sua atuação em agendas oficiais.
Série de gafes ainda repercute no Planalto
Janja tem acompanhado o marido em diversas viagens e compromissos, mas também coleciona gafes que repercutem negativamente dentro e fora do país. Entre os episódios mais citados está a visita de Lula à China, em 2024, quando a primeira-dama comentou sobre o aplicativo TikTok diante do presidente Xi Jinping, gerando desconforto relatado por integrantes da delegação brasileira.
Na mesma viagem, publicações falsas nas redes sociais afirmaram que Janja teria desembarcado com malas de dinheiro desviado do INSS. A Advocacia-Geral da União chegou a acionar as plataformas Meta e TikTok para remoção do conteúdo, mas o caso alimentou debates sobre a exposição da primeira-dama e a necessidade de comunicação institucional mais controlada.
Outro episódio ocorreu na Cúpula do G20 em Nova Délhi, 2023. Janja foi a única cônjuge a permanecer em reuniões restritas a líderes e ainda divulgou vídeo dançando na chegada ao país asiático, atitude criticada por coincidir com enchentes que assolavam o Rio Grande do Sul. Além disso, foi vetada pelo primeiro-ministro Narendra Modi de participar da foto oficial ao lado dos chefes de Estado.
No ano seguinte, durante o G20 sediado no Rio de Janeiro, a primeira-dama chamou o empresário Elon Musk de “irresponsável” em um evento paralelo, provocando desconforto diplomático. Em outra situação, apareceu na foto oficial da visita de Lula à Casa Branca mesmo após o cancelamento do encontro entre ela e a primeira-dama norte-americana, Jill Biden.
Evento busca atualizar plano para mulheres
A conferência realizada em Brasília reúne cerca de quatro mil participantes e deve aprovar resoluções voltadas à atualização do Plano Nacional de Políticas para Mulheres. Ministros, governadores e o presidente nacional do PT, Edinho Silva, acompanharam a abertura. Apesar da relevância do tema, a fala de Lula sobre Janja desviou a atenção para a participação da primeira-dama na diplomacia presidencial.
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Imagem: Ricardo Stuckert
A insistência do presidente em incluir a esposa nas agendas internacionais contrasta com críticas de diplomatas e parte da opinião pública que defendem protocolos mais rígidos. Para esses setores, a constante exposição de Janja pode ampliar riscos de crises de imagem e afetar negociações sensíveis, como a que envolve diretamente o mandatário norte-americano.
Embora o Planalto não tenha divulgado datas, espera-se que o contato preliminar com Donald Trump ocorra nas próximas semanas. Caso a reunião presencial seja confirmada, a presença de Janja tende a manter o assunto em evidência, alimentando discussões sobre limites e responsabilidades da figura de primeira-dama em missões oficiais.
Em Brasília, aliados de Lula minimizam possíveis desgastes, alegando que a participação de cônjuges em compromissos bilaterais é comum. Já oposicionistas defendem que o Itamaraty recupere protagonismo e que a agenda externa seja conduzida por diplomatas de carreira, com critérios claros para evitar novos constrangimentos.
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Em resumo, Lula reforçou a intenção de levar Janja a um possível encontro com Donald Trump, mesmo diante de um histórico de gafes que já gerou desconforto diplomático. Continue acompanhando nossos conteúdos para receber atualizações assim que a data da reunião for definida e saber como essa participação poderá influenciar a relação bilateral.
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