O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que, nos próximos dias, chefes de Estado-Maior europeus vão se reunir para traçar ações conjuntas contra a chamada “frota fantasma” que a Rússia utiliza para driblar sanções e continuar exportando petróleo. O encontro ocorrerá em coordenação com a OTAN e faz parte dos esforços da coalizão ocidental para sufocar as receitas de guerra de Moscou.
Estratégia europeia mira navios sem bandeira confiável
De acordo com Macron, a principal meta da iniciativa é “obstruir” petroleiros que navegam sob registros duvidosos ou trocam de bandeira para mascarar origem, destino e carga. Esses navios, muitas vezes sem seguro reconhecido, formam a rede que viabiliza ao Kremlin vender petróleo fora dos limites impostos pelas sanções ocidentais. A reunião de chefes militares europeus deverá definir protocolos de interceptação, inspeção e bloqueio de embarcações suspeitas em rotas estratégicas, especialmente no Báltico, Canal da Mancha e Golfo da Biscaia.
O presidente francês argumentou que, ao cortar o fluxo de receitas do petróleo, os aliados aumentam a pressão econômica sobre Moscou, favorecendo o objetivo de restaurar a soberania ucraniana. Desde fevereiro de 2022, países europeus, Estados Unidos e outras democracias liberais mantêm um pacote de sanções que restringe setores-chave da economia russa. Mesmo assim, a “frota fantasma” tem preservado parcelas significativas da arrecadação russa com a venda do petróleo, particularmente para mercados da Ásia.
Operação francesa expõe navio Boracay
O anúncio de Macron veio poucos dias após a apreensão do petroleiro Boracay, de 244 metros, que partiu do porto russo de Primorsk rumo à Índia. A embarcação, registrada formalmente sob bandeira do Benim, chamou a atenção da marinha francesa ao fazer manobras incomuns próximo ao litoral da Bretanha. Em 28 de setembro, uma fragata francesa interceptou o Boracay. No sábado seguinte, um destacamento militar subiu a bordo e iniciou diligências judiciais.
Autoridades francesas questionam a autenticidade do pavilhão do navio e a legalidade das suas rotas. O Ministério Público abriu processo por “falta de comprovação de nacionalidade” e “recusa de cumprimento de ordem”. O capitão, de nacionalidade chinesa, permanecerá em liberdade vigiada até ser julgado em 23 de fevereiro de 2026 pelo Tribunal Criminal de Brest. O imediato, também chinês, foi liberado sem acusação formal.
Segundo relatos da imprensa local, o Boracay navegou ao longo da costa escandinava no mesmo dia em que drones foram avistados no aeroporto de Copenhague, evento que levou ao fechamento temporário do espaço aéreo dinamarquês. Três dias depois, o navio entrou no Canal da Mancha e, logo em seguida, desviou-se para águas francesas, onde ocorreu a abordagem.
Coordenação com OTAN reforça vigilância
Macron destacou que o encontro entre chefes de Estado-Maior pretende articular, com apoio da OTAN, regras claras de engajamento para navios de guerra europeus. A proposta inclui uso de fragatas, aeronaves de patrulha marítima e satélites para rastrear rotas suspeitas e evitar que petroleiros sem documentação válida entrem em portos ou zonas econômicas exclusivas da União Europeia. Londres, Berlim e Roma sinalizaram apoio preliminar à iniciativa, que deverá envolver centros de comando marítimo já em operação no Atlântico Norte.
Especialistas em segurança naval lembram que a Rússia recorre a companhias de fachada, navios antigos e transferências de carga em alto-mar para burlar sanções. Ao unificar procedimentos de inspeção, a Europa busca reduzir lacunas jurídicas e evitar que cada Estado-membro atue isoladamente. A medida, defendem autoridades francesas, fortalece a postura de dissuasão e demonstra coesão entre aliados.
Objetivo: intensificar pressão econômica sobre Moscou
A guerra na Ucrânia completou mais de dois anos e segue exigindo auxílio militar e financeiro dos parceiros ocidentais. A Ucrânia depende de armamentos de precisão, sistemas de defesa aérea e suporte econômico regular para manter a resistência contra o avanço russo. Ao combater a “frota fantasma”, as potências europeias querem restringir a capacidade do Kremlin de financiar o conflito.
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Imagem: Internet
Para Paris, interceptar embarcações irregulares representa um passo prático na aplicação das sanções e um recado de que a Europa não tolerará artifícios que prejudiquem sua segurança energética. Embora a reunião ainda não tenha data divulgada, fontes diplomáticas indicam que ocorrerá em Bruxelas, sede da OTAN, com participação de comandantes de todas as marinhas da União Europeia.
O sucesso da estratégia dependerá de fiscalização permanente, troca de inteligência e disposição política para deter navios suspeitos, ainda que sob risco de tensões diplomáticas com terceiros países que adquiram petróleo russo.
Fique atento às próximas atualizações sobre a reunião e os desdobramentos da operação contra a frota fantasma. Em nosso portal você acompanha outras notícias de política externa e segurança.
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Em resumo, a França toma a dianteira e convoca aliados para dificultar o financiamento da guerra russa por meio de navios clandestinos. Acompanhe nossos conteúdos e receba as principais atualizações; assine as notificações do Geral de Notícias e compartilhe esta matéria.
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