A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro reiterou, neste sábado (27), que não pretende disputar a Presidência da República. Durante encontro do PL Mulher em Ji-Paraná (RO), ela pediu aos filiados que concentrem esforços na eleição de Jair Bolsonaro em 2026, apesar de o ex-presidente estar atualmente inelegível e submetido a prisão domiciliar.
“Quero ser primeira-dama, não presidente”
No discurso, Michelle foi direta ao afastar especulações sobre uma eventual candidatura própria. “Precisamos eleger o maior número de deputados e senadores em 2026 e vamos trabalhar para reeleger o nosso presidente Jair Bolsonaro. Porque eu não quero ser presidente, eu quero ser primeira-dama”, declarou. A fala contrasta com entrevista publicada três dias antes pelo jornal britânico The Telegraph, na qual admitiu que poderia assumir a cabeça de chapa apenas se fosse indispensável para preservar o legado do marido.
Mesmo descartando oficialmente a disputa, Michelle afirmou que continuará percorrendo o país — e também o exterior — para atuar como “voz de Bolsonaro”. Segundo ela, a mobilização antecipada tem o objetivo de formar uma base parlamentar robusta no próximo pleito, garantindo maioria no Congresso Nacional e facilitando eventuais mudanças legislativas em um futuro governo conservador.
Críticas às decisões do Supremo
A ex-primeira-dama voltou a questionar medidas determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre elas, a tornozeleira eletrônica colocada em Jair Bolsonaro e a exigência de revista policial nos veículos e pertences de todos que entram ou saem da residência do casal em Brasília.
“Nem traficante e bandido está tendo o tratamento que eu estou tendo hoje na minha casa”, disse. Michelle relatou que a filha, de 14 anos, é submetida a inspeções sempre que chega ou sai do imóvel. “O carro dela tem que ser revistado. O meu fusca foi revistado.” Para a ex-primeira-dama, a determinação configura “humilhação” e “violação de direitos”, afirmação que reforça a narrativa de descontentamento dos apoiadores do ex-presidente em relação às decisões judiciais recentes.
As restrições foram impostas por Moraes no início de agosto, quando transformou as medidas cautelares prévias em prisão domiciliar. A decisão ocorreu após o ministro avaliar que o ex-presidente descumpriu obrigações processuais em investigações que tramitam no STF.
Estratégia política para 2026
Ao citar o calendário eleitoral, Michelle defendeu a organização desde já de palanques estaduais alinhados a Jair Bolsonaro. Para ela, conquistar governadores, deputados e senadores com visão conservadora será essencial a fim de “restituir a nação”. O PL trabalha para fortalecer diretórios regionais e ampliar bancadas, mirando repetir ou superar o desempenho de 2022, quando elegeu a maior bancada da Câmara.
Enquanto Jair Bolsonaro continua inelegível, aliados estudam caminhos jurídicos para reverter a condenação imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O processo que tornou o ex-presidente impedido de concorrer baseou-se em acusações de abuso de poder político durante reunião com embaixadores em julho de 2022. A defesa ainda analisa recursos cabíveis, mas admite que a batalha será longa.
Entre filiados, a presença de Michelle em atos partidários é vista como instrumento de manutenção da base mobilizada. Ela costuma atrair público expressivo e reforçar a identificação do eleitorado conservador com a família Bolsonaro, estratégia considerada decisiva para manter o capital político até 2026.


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Imagem: Internet
Repercussão dentro e fora do partido
Lideranças do PL elogiaram a postura de Michelle por “manter a chama acesa” em torno da candidatura do ex-presidente. Nos bastidores, porém, parte da sigla reconhece que a ex-primeira-dama permanece como opção caso obstáculos legais impeçam Jair Bolsonaro de concorrer. Embora ela rejeite a ideia, a direção partidária vê vantagem em preservar seu nome como carta na manga.
Analistas políticos apontam que a exposição constante de Michelle contribui para sustentar índices de aprovação do bolsonarismo. Pesquisas internas do partido indicam que ela possui alto grau de conhecimento público e rejeição inferior à do marido, fator que a colocaria em posição competitiva se o cenário exigir substituição.
Próximos passos
Nos próximos meses, Michelle Bolsonaro pretende intensificar agendas estaduais, com foco inicial nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde o PL calcula maior aderência ao discurso conservador. Também devem ocorrer viagens internacionais para participar de conferências e ampliar o alcance da chamada “direita global”.
Enquanto isso, a defesa de Jair Bolsonaro concentra esforços em obter decisões favoráveis no STF e no TSE. Caso consiga suspender a inelegibilidade, o ex-presidente ficaria apto a registrar candidatura no primeiro semestre de 2026, prazo legal para filiação e escolha de candidatos.
Para ampliar seu entendimento sobre os bastidores de Brasília, confira também a cobertura em Política, onde publicamos análises e atualizações diárias.
Em síntese, Michelle Bolsonaro reafirmou fidelidade ao projeto político do marido, criticou medidas judiciais que considera excessivas e conclamou a base conservadora a se mobilizar desde já para 2026. Acompanhe nossas próximas matérias e fique por dentro dos desdobramentos, deixando seu comentário e compartilhando a notícia.
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