A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, presidente nacional do PL Mulher, voltou a colocar o nome do marido no centro do debate político ao discursar no encerramento de um seminário do Partido Liberal em Natal (RN), neste sábado, 16. Diante de lideranças da legenda e de correligionários, ela chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “pinguço” e assegurou que o ex-presidente Jair Bolsonaro retornará ao Palácio do Planalto.
Discurso carregado de críticas ao PT
Michelle foi a última a falar no evento, ao lado do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e do líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN). O auditório ouviu a ex-primeira-dama classificar o atual governo federal como “união de criminosos, de corruptos, para destruir a nossa nação”. Ela também retomou acusações já difundidas no campo conservador, citando suposto corte no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e interrupções no fornecimento de água ao Nordeste durante gestões petistas.
“Um homem que corta um BPC, um homem que tira comida do prato, um homem que, por maldade, paralisa o fornecimento de água para depois aparecer como salvador, é mentiroso, cachaceiro, pinguço, irresponsável”, declarou Michelle. A referência ao BPC aponta para a proposta do governo Lula que pretendia restringir o acesso ao benefício pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda; a iniciativa acabou suavizada pelo Congresso.
Mesmo sem mandato e atualmente em prisão domiciliar autorizada pela Justiça, Jair Bolsonaro ganhou espaço no discurso da esposa. “Meu marido gostaria de estar aqui, mas não pode. Foi tirado da tomada. Para a Presidência, tem nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. Ele vai voltar, a justiça vai ser feita”, afirmou, arrancando aplausos da plateia conservadora.
Estratégia do PL para o Nordeste
O encontro em Natal integra o plano do PL de ampliar sua presença no Nordeste, região tradicionalmente ligada ao PT. A legenda trabalha para eleger mais deputados, senadores e governadores, além de fortalecer possíveis nomes para a corrida presidencial de 2026. Sem Jair Bolsonaro elegível, parte da sigla aposta em Michelle como alternativa ao Planalto, embora ela evite se assumir pré-candidata.
Pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada duas semanas antes do evento indica que Lula lidera as intenções de voto em um cenário com Michelle como concorrente (48,5% a 29,7%). O levantamento também aponta margem de eleitores ainda indecisos, sinalizando espaço para crescimento de eventuais candidaturas alinhadas à direita.
Durante o seminário, lideranças do PL reforçaram a necessidade de diálogo com bases populares, ressaltando programas sociais adotados no governo Bolsonaro, como o Auxílio Brasil, e comparando-os a políticas atuais do PT. Rogério Marinho, anfitrião local, afirmou que “o sentimento de mudança continua vivo na maior parte do país” e citou obras de infraestrutura iniciadas entre 2019 e 2022.
Bolsonaro realiza exames médicos em Brasília
No mesmo dia do discurso, Jair Bolsonaro deixou sua residência em Brasília para a realização de exames em um hospital particular, com autorização judicial. O ex-presidente cumpre prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito das investigações que apuram suposta fraude em dados de vacinação contra a Covid-19. Ele permanece inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, mas seus aliados insistem na tese de revisão judicial.
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Michelle afirmou acreditar que o processo contra o marido terá reviravolta. “A injustiça não prevalece; a verdade virá à tona”, disse. Valdemar Costa Neto reforçou o posicionamento, declarando que “a militância deve manter a confiança na Justiça” e confirmando novos eventos do PL Mulher pelo país.
Possíveis cenários para 2026
Embora o nome de Michelle surja com força em setores do partido, a decisão oficial sobre candidatura presidencial está condicionada ao desenrolar de processos que atingem Jair Bolsonaro. Caso sua inelegibilidade seja mantida, líderes do PL cogitam também governadores aliados ou parlamentares de destaque na Câmara dos Deputados.
No campo petista, Lula não confirmou publicamente se buscará novo mandato, mas interlocutores do Planalto admitem que a possibilidade está em análise. A disputa pelo eleitorado nordestino, portanto, tende a intensificar debates sobre programas sociais, obras hídricas e incentivos econômicos para a região.
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Em síntese, o evento do PL em Natal reforçou a estratégia conservadora de conquistar espaço no Nordeste e manteve Jair Bolsonaro como figura central, mesmo sob prisão domiciliar. Michelle Bolsonaro adotou tom duro contra Lula, classificando o petista como “pinguço” e prometendo o retorno do marido ao poder. A mobilização evidencia que a corrida pelo Planalto já começou, e os próximos passos de ambos os campos políticos definirão o rumo das eleições de 2026. Continue acompanhando nossas publicações e compartilhe este conteúdo com amigos para ficar por dentro dos fatos que movimentam Brasília.
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