Brasília – Integrantes do Alto-Comando do Exército entregaram ao Supremo Tribunal Federal um pedido informal para que, caso Jair Bolsonaro (PL) seja condenado à prisão em regime fechado, o cumprimento da pena ocorra fora de unidades militares. O movimento, articulado nos últimos dias, foi confirmado por dois generais da ativa que acompanham de perto o processo sobre a suposta trama de golpe investigada pela Corte.
Militares rejeitam cenário de visitas e aglomerações
A liderança das Forças avalia que abrigar o ex-presidente em um quartel, possivelmente no Comando Militar do Planalto, criaria riscos logísticos e políticos. O receio maior é a formação de romarias de parlamentares aliados e de concentrar manifestantes em frente ao local, a exemplo dos acampamentos registrados antes dos atos de 8 de janeiro de 2023. Para os oficiais, tal situação obrigaria tropas a conter apoiadores identificados com a própria instituição, desgaste considerado desnecessário.
Hoje, três destinos são debatidos longe dos holofotes: uma instalação da Polícia Federal, uma cela especial no Complexo da Papuda ou, em hipótese menos provável, uma unidade militar. A comparação direta é com Luiz Inácio Lula da Silva, que permaneceu 580 dias preso na Superintendência da PF em Curitiba. Generais apontam que, naquele caso, o entorno da superintendência era controlado sem comprometer instalações militares.
Na Papuda, há área reservada a presos de maior projeção, mas o impacto simbólico seria maior. Assessores do Supremo mencionam que isso pode reforçar o discurso de vitimização de Bolsonaro entre seus eleitores, ainda que por curto período, e alimentar novo ciclo de mobilizações.
Moraes decidirá local de custódia
A sessão de sexta-feira (12) deve definir a dosimetria da pena. Se confirmada a condenação em regime fechado, o relator Alexandre de Moraes poderá determinar prisão domiciliar temporária pelo estado de saúde de Bolsonaro, capitão reformado do Exército. Essa medida, contudo, atingiria apenas a fase de recursos e não afasta a necessidade de definir o local de custódia definitiva.
Para os militares, a PF desponta como alternativa “neutra”. Ainda que a corporação esteja vinculada ao governo de Lula, não há tradição de manifestações em massa diante de delegacias ou superintendências. Já a opção pelo quartel, vista por oficiais como desejo pessoal de Bolsonaro, encontra resistência porque recolocaria o Exército no centro de disputas políticas que tenta evitar desde a posse do atual governo.
O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e réu no mesmo processo, cumpre medida restritiva de liberdade numa sala da 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro. Fontes relatam constrangimento interno, embora ressaltem que a situação de um ex-presidente envolva pressões e repercussão muito maiores.
Reação internacional e posição da China
Nos bastidores diplomáticos, o tema da estabilidade institucional brasileira também ganhou destaque em Pequim. O representante especial da China para Assuntos Latino-Americanos e Caribenhos, Qiu Xiaoqi, declarou nesta terça-feira (9) que o governo chinês “se opõe a qualquer interferência em questões domésticas do Brasil”. A fala respondeu indiretamente a relatos de suposta tentativa do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de influenciar decisões judiciais brasileiras.
Qiu reforçou a premissa de não intervenção que a diplomacia chinesa costuma afirmar em foros multilaterais. A manifestação surge no momento em que o Supremo se prepara para concluir o julgamento e sinaliza atenção externa aos desdobramentos internos do Brasil, mas sem respaldo a pressões estrangeiras.


Camiseta Camisa Bolsonaro Presidente 2026 Pátria Brasil 6 X 10,00 S/JUROS


Imagem: Internet
Expectativa de desfecho e próximos passos
No Supremo, a leitura predominante é de que a condenação de Bolsonaro, se confirmada, será acompanhada de medidas cautelares imediatas para evitar mobilizações tumultuadas. Ministros ouvidos em reserva admitem que a definição do local da prisão é tão sensível quanto a pena em si.
Do lado militar, a movimentação visa preservar a hierarquia e evitar que quartéis se transformem em palcos de disputa política. Generais consultados reforçam que o Exército continuará cumprindo ordens judiciais, mas preferem que o ex-presidente seja mantido sob custódia de órgãos civis.
Com a data da sentença se aproximando, a expectativa em Brasília é de vigilância reforçada nas imediações de prédios públicos e eventual restrição de acesso às vias que cercam o Supremo. Governadores de estados próximos à capital estão em contato com o Ministério da Justiça para ajustar protocolos de segurança.
Seja qual for a decisão de Moraes, a cúpula das Forças Armadas considera crucial que o processo tenha desfecho rápido para reduzir incertezas. A avaliação é de que prolongar a discussão sobre o local da prisão alimentaria narrativas de instabilidade que não interessam a nenhum ator institucional.
Para acompanhar outras atualizações sobre o cenário político, acesse a seção de Política do Geral de Notícias.
Em síntese, o Exército busca afastar Bolsonaro de instalações militares para evitar novas tensões, enquanto o STF prepara a dosimetria da pena e define onde o ex-presidente deverá cumprir eventual regime fechado. Continue conosco e receba em primeira mão os próximos desdobramentos deste e de outros temas que impactam o país.
Para informações oficiais e atualizadas sobre política brasileira, consulte também:

IMPERDÍVEL! Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado: Eles não entenderam nada



