São Paulo — A Polícia Civil apura como latrocínio a morte do criminalista Luiz Fernando Pacheco, 51 anos, encontrado desacordado na madrugada de quarta-feira (1/10) no bairro de Higienópolis. Reconhecido por defender o ex-presidente do PT José Genoino no processo do Mensalão, o advogado não resistiu aos ferimentos após ser socorrido pela Santa Casa de Misericórdia. Ele ficou 36 horas sem identificação e teve a identidade confirmada apenas por exame de impressões digitais no Instituto Médico-Legal Ricardo Gumbleton Daunt.
Desaparecimento, resgate e confirmação da morte
Segundo a Secretaria da Segurança Pública paulista, Pacheco foi localizado na rua Itambé por volta das 2 h. Sem documentos, ele apresentava sinais de agressão e dificuldade para respirar. Uma testemunha acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que o levou ao hospital mais próximo. Apesar dos esforços médicos, o óbito foi confirmado ainda na manhã de quarta-feira.
As primeiras diligências da 1.ª Delegacia de Polícia – Área Central indicam que a vítima pode ter sofrido queda e convulsões depois de ser atacada. A hipótese de latrocínio ganhou força porque objetos pessoais teriam sido levados, entre eles carteira e telefone. Nenhuma linha de investigação foi descartada, mas os investigadores tratam o roubo seguido de morte como cenário principal.
Imagens, dinâmica do crime e prisões
Câmeras de segurança instaladas em estabelecimentos da região auxiliaram na reconstituição parcial dos acontecimentos. Os vídeos exibem Pacheco deixando um bar próximo ao local do ataque. Momentos depois, ele aparece em confronto físico com um casal. Nas imagens, o homem do casal tenta imobilizá-lo, aplicando um golpe na altura do pescoço, enquanto a mulher se aproxima e revira bolsos e mochila.
Com base nessas gravações, agentes do 4.º Distrito Policial (Consolação) localizaram e prenderam o casal suspeito. As prisões ocorreram na quinta-feira (2/10), um dia após o crime. Durante os depoimentos, os dois negaram intenção de matar, admitindo apenas a abordagem para roubo. Uma terceira pessoa, vista nas proximidades, é procurada sob suspeita de participação indireta na subtração de bens da vítima.
Carreira marcada por casos de repercussão
Luiz Fernando Pacheco acumulava mais de duas décadas de atuação na advocacia criminal. Foi fundador do grupo Prerrogativas, composto por juristas que defendem prerrogativas profissionais e frequentemente se posicionam em processos de interesse de figuras ligadas à esquerda. Seu nome ganhou projeção nacional em 2012, quando assumiu a defesa de José Genoino no julgamento do Mensalão, escândalo que abalou o governo petista e resultou em condenações por corrupção ativa.
Na Ordem dos Advogados do Brasil seccional São Paulo (OAB-SP), Pacheco era reconhecido pela militância em favor do direito de defesa. Em nota de pesar, o presidente da entidade, Leonardo Sica, lamentou a perda de “um guerreiro do bem” e declarou luto oficial. O corpo foi velado na sede da OAB-SP na sexta-feira (3/10) com presença de familiares, colegas e representantes de entidades jurídicas.
Próximos passos das investigações
O inquérito seguirá sob responsabilidade do delegado titular do 4.º DP. A equipe aguarda laudos do Instituto de Criminalística e do IML para determinar a causa exata da morte, bem como relatórios bancários e de telefonia que possam rastrear movimentações suspeitas após o roubo. Testemunhas adicionais, entre elas funcionários do bar e moradores da rua Itambé, serão ouvidas nos próximos dias.
Se confirmada a qualificadora de latrocínio, os detidos podem ser denunciados pelo Ministério Público e enfrentar pena de 20 a 30 anos de reclusão. Caso surjam indícios de participação de outras pessoas, a Polícia Civil planeja novas diligências para capturar eventuais cúmplices.


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Imagem: FERNANDO BIZERRA JR
Repercussão entre juristas e no meio político
Apesar de evitar manifestações políticas durante o velório, colegas lembraram o papel de Pacheco em processos que envolveram figuras de destaque partidário. Parlamentares da oposição atribuíram à falta de segurança nas grandes cidades o avanço de crimes violentos como o latrocínio. Já representantes ligados ao grupo Prerrogativas preferiram ressaltar a trajetória profissional do advogado.
O caso reacende o debate sobre a vulnerabilidade de cidadãos mesmo em bairros considerados seguros da capital paulista. Dados da SSP-SP apontam aumento de 6,2% nos registros de roubo seguido de morte na cidade no último ano, com predominância de ocorrências entre 0 h e 4 h.
Para quem acompanha de perto o cenário jurídico brasileiro, a investigação sobre a morte de Luiz Fernando Pacheco traz à tona não apenas o impacto da violência urbana, mas também a exposição de profissionais que lidam com ações de grande repercussão. A conclusão dos laudos periciais, aliada ao depoimento do casal preso, deve esclarecer detalhes cruciais para a peça acusatória.
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Ao reunir os elementos confirmados até o momento — desaparecimento, dinâmica do roubo, prisões e histórico profissional —, este texto resume a investigação em curso sobre o assassinato do advogado do Mensalão. Fique atento às próximas atualizações e compartilhe a notícia para que mais pessoas acompanhem a evolução do caso.
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