Brasília, 28 de setembro de 2025 – A esmagadora maioria dos detidos pelos eventos de 8 de janeiro decidiu fechar questão contra qualquer proposta de redução de pena e reafirmou apoio à anistia ampla, geral e irrestrita. Levantamento da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (ASFAV) com 123 pessoas – entre presos e parentes – revela que 96,7% defendem o perdão completo como única saída para o impasse jurídico que se arrasta desde o início de 2023.
Ampla rejeição ao “PL da dosimetria”
De acordo com o estudo, 81,3% dos entrevistados são contrários ao projeto que reduz as penas dos condenados, proposta conhecida como “PL da dosimetria” e patrocinada por parlamentares como Paulinho da Força, Aécio Neves e Michel Temer. Apenas 4,1% apoiam a iniciativa sem ressalvas, enquanto 14,6% se dizem dispostos a avaliar a ideia dependendo do tamanho do abatimento nas sentenças.
Para os detidos, a redução de pena não resolve o cerne da questão: a classificação das manifestações como crime. A maioria teme carregar para sempre a etiqueta de “criminoso” mesmo após cumprir eventual punição menor. Segundo depoimentos coletados pela ASFAV, a anistia compete ao Congresso Nacional e é vista como instrumento político adequado para reparar o que consideram perseguição do “regime PT-STF”.
Números do processo e alegações de abuso judicial
Até o momento, mais de 2.000 cidadãos foram investigados, resultando em 1.628 ações penais. Desse total, 518 já receberam condenação, muitas “de baciada, sem individualização de conduta”, conforme relatado por advogados que acompanham os casos. Outros 552 acusados aceitaram acordos de não persecução penal para escapar de prisão ou tornozeleira, assumindo crimes que dizem não ter cometido.
Os afetados relatam perda de emprego, desestrutura familiar e abalo psicológico. Para eles, aceitar redução de pena seria reconhecer culpa inexistente. Uma das entrevistadas, identificada como C. L. de Souza Anot, declarou que a dosimetria se aplica a criminosos comuns, enquanto a anistia deve contemplar atos de natureza política: “Falar de política nunca foi crime”, frisou. Ainda assim, ela compreende que alguns presos cogitem o projeto por desespero financeiro ou de saúde.
Anistia ampla ganha força como solução política
Enquanto o Judiciário não dá sinais de rever suas decisões, os familiares pressionam deputados e senadores. Para 78% dos ouvidos, até mesmo uma anistia parcial – restrita aos crimes mais graves, como golpe de Estado – não atende às necessidades, pois deixaria de fora a maioria dos réus, acusados de delitos de menor potencial ofensivo. Entre 1.628 ações, 1.110 tratam de acusações consideradas menos sérias.
Os relatos apontam ainda suspeitas sobre infiltração de agitadores, omissão de autoridades e apagamento de imagens de câmeras na gestão de Flávio Dino no Ministério da Justiça. Tais fatores reforçam, segundo os entrevistados, a percepção de que o processo foi conduzido para legitimar uma narrativa de golpe inexistente.
Pressão sobre o Congresso
Com o Supremo Tribunal Federal mantendo suas decisões, a porta de saída passa pelo Legislativo. Parlamentares alinhados à pauta de direitos e garantias individuais têm sido procurados por representantes da ASFAV, que argumentam pela urgência de um projeto de anistia completa. Dessa forma, pretendem encerrar o ciclo de prisões, tornozeleiras e processos que classificam como “tirania da toga”.


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Imagem: Cristina Gral
Na avaliação dos presos e familiares, apenas o perdão pleno apaga a ficha daqueles que participaram das manifestações, evitando que cidadãos comuns sejam rotulados de golpistas pelo resto da vida. Para eles, conceder anistia reforça a pacificação nacional e devolve segurança jurídica ao país.
Enquanto o debate se intensifica no Congresso, o levantamento da ASFAV deixa clara a posição dos diretamente envolvidos: não há espaço para meias-medidas. A palavra de ordem é anistia total, sem condicionantes, decorrente de lei aprovada pelos representantes do povo.
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Em síntese, a pesquisa evidencia que os detidos de 8 de janeiro rejeitam qualquer acordo que mantenha condenações em seus nomes. A mobilização agora se volta ao Parlamento em busca de anistia ampla, vista como o único caminho capaz de encerrar o que consideram uma perseguição política. Participe do debate: compartilhe este conteúdo e deixe sua opinião nas redes sociais.
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