O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabeleceram nesta segunda-feira (6) um canal de comunicação direto para tratar de temas bilaterais sensíveis, como o tarifaço americano a produtos brasileiros e eventuais sanções a autoridades do país. A conversa, realizada por videoconferência e com duração de 30 minutos, terminou com a troca de números telefônicos pessoais para evitar intermediários.
Contato direto e substituição de interlocutores
Lula relatou à TV Mirante, no Maranhão, que o republicano lhe passou o “telefone pessoal” e recebeu, em contrapartida, o número repassado pelo embaixador Fernando Igreja, chefe do cerimonial do Planalto e acompanhante habitual do presidente em agendas oficiais. O petista reforçou que a iniciativa tem o propósito de agilizar pautas de interesse mútuo, dispensando terceiros.
O gesto ocorre no momento em que Washington mantém tarifas elevadas a produtos siderúrgicos brasileiros e avalia sanções contra autoridades vinculadas a questões ambientais. A Casa Branca, segundo Lula, sinalizou abertura para “coisas boas” entre as duas economias, desde que o diálogo seja direto.
Rubio assume negociações e oposição comemora
Durante a chamada, Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para conduzir as tratativas com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Conhecido crítico do governo brasileiro, Rubio tem histórico de cobranças públicas sobre democracia e meio ambiente no país. Sua nomeação foi recebida com entusiasmo por parlamentares de oposição, que enxergam no republicano um negociador firme diante das demandas brasileiras.
Lula afirmou ter pedido a Trump que oriente Rubio a conduzir o diálogo “sem preconceito” e observou que “há um certo desconhecimento sobre o Brasil” em entrevistas anteriores do secretário. O presidente brasileiro defendeu que a parceria avance em bases comerciais, sem viés ideológico, e ressaltou a necessidade de encontrar uma solução para as tarifas que impactam exportadores brasileiros de aço e alumínio.
Próximo encontro presencial
Trump declarou à imprensa, na Casa Branca, que pretende reunir-se pessoalmente com Lula “em breve”. O republicano descreveu o brasileiro como “um bom homem” e recordou o rápido encontro entre ambos nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU, quando conversaram por dois minutos antes de um discurso sem teleprompter. “Foi um grande dia. Nós nos demos bem”, disse o presidente americano.
Segundo auxiliares, a reunião presencial pode ocorrer à margem de eventos multilaterais ainda neste ano, dependendo da agenda de ambos. Interlocutores em Brasília consideram o encontro crucial para destravar impasses comerciais e aprofundar convergências em setores como energia e infraestrutura.
Celular inexistente e protocolo diplomático
Apesar de ter falado em “telefone pessoal”, Lula não utiliza aparelho próprio. De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, o número repassado a Trump pertence ao embaixador Fernando Igreja, responsável por organizar o cerimonial do Planalto. Na prática, qualquer contato direto partiria da equipe de Igreja, seguindo protocolo de segurança adotado pela Presidência desde mandatos anteriores do petista.
A ausência de um celular particular do chefe do Executivo expõe a dependência de assessores para comunicações sensíveis. Ainda assim, assessores de Lula avaliam que a troca de contatos reduz ruídos e fortalece a imagem de interlocutor confiável diante da atual administração republicana.


Camiseta Camisa Bolsonaro Presidente 2026 Pátria Brasil 6 X 10,00 S/JUROS


Imagem: José Cruz
Repercussão no Congresso Nacional
Aliados governistas consideraram positiva a aproximação, destacando a possibilidade de flexibilizar tarifas que atingem a indústria nacional. Já parlamentares de oposição celebraram a escolha de Rubio, argumentando que o secretário imprimirá maior rigor às negociações e exigirá contrapartidas claras do Planalto.
Analistas do mercado exportador acompanham o desfecho com cautela. Para o setor do aço, o tarifaço de 25% imposto pelos Estados Unidos desde 2018 continua sendo obstáculo relevante. A equipe econômica brasileira espera avançar em discussões técnicas ao longo das próximas semanas, com interlocução direta entre Haddad e Rubio.
Próximos passos
Nos bastidores, as chancelarias trabalham num cronograma de reuniões presenciais entre equipes técnicas. A expectativa é apresentar propostas de redução gradual de tarifas e discutir salvaguardas ambientais que satisfaçam congressistas norte-americanos, sem comprometer a competitividade da produção brasileira.
O Itamaraty aposta na sintonia estabelecida na videoconferência para acelerar acordos setoriais. Do lado americano, a Casa Branca busca mostrar resultados que reforcem a estratégia de Trump de priorizar relações bilaterais diretas, alinhadas a interesses comerciais.
Para acompanhar outras movimentações em Brasília e análises sobre acordos internacionais, acesse a seção de política em Geral de Notícias.
Em resumo, Lula e Trump abriram um canal direto que pode destravar pendências comerciais importantes. Fique de olho nas próximas etapas e acompanhe nossas atualizações para saber como essa aproximação influenciará tarifas e investimentos entre Brasil e Estados Unidos.
Para informações oficiais e atualizadas sobre política brasileira, consulte também:

IMPERDÍVEL! Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado: Eles não entenderam nada



