O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirmou nesta segunda-feira (25) que o ex-presidente Jair Bolsonaro mantém uma força eleitoral rara e capaz de transferir cerca de 30% dos votos a qualquer nome que receba seu apoio na disputa presidencial de 2026. A declaração foi dada durante o evento Esfera Brasil 2025, em São Paulo, que reuniu lideranças políticas para debater o cenário nacional.
Comparação com Che Guevara gera nota de esclarecimento
Ao comentar o carisma do ex-chefe do Executivo, Valdemar citou o ícone da esquerda latino-americana Ernesto “Che” Guevara. “É inacreditável a força de transferência de voto do Bolsonaro. O eleitor dele é fiel. Estão transformando Bolsonaro em um Che Guevara”, disse em entrevista à GloboNews após o painel.
A fala repercutiu imediatamente. Horas depois, o dirigente liberal divulgou nota nas redes sociais para frisar que não equiparou as trajetórias ideológicas de ambos. “Nunca comparei Bolsonaro com Che Guevara, até porque o cubano era de esquerda e deixei isso claro. O que comparei foi o processo de mitificação”, afirmou. De acordo com Valdemar, a sequência de processos contra Bolsonaro tem reforçado a imagem de “mártir” e ampliado sua influência entre eleitores de direita.
Potencial de voto e cenário para 2026
Durante o debate, Valdemar apresentou uma simulação de desempenho eleitoral. Segundo ele, um candidato de centro-direita “conhecido, mas sem projeção nacional”, poderia partir de 8% a 10% de intenção de voto. Com apoio declarado de Bolsonaro, esse percentual saltaria, pelas contas do dirigente, para aproximadamente 38% ou 39%, índice suficiente para garantir vaga no segundo turno. “Ele transfere no mínimo 30%. Já joga o camarada no segundo turno”, resumiu.
Para exemplificar, o presidente do PL citou o nome do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) como hipótese de cabeça de chapa. O exemplo foi usado apenas como exercício matemático, reforçando a tese de que o aval de Bolsonaro é determinante. O cálculo, disse Valdemar, foi repetido duas vezes na mesma manhã com números semelhantes.
Domiciliar e saúde fragilizada
Ao comentar a situação jurídica do ex-mandatário, o dirigente se mostrou preocupado. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar há três semanas por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Aliados que o visitam relatam abatimento físico e emocional. Valdemar corroborou a percepção: “Está muito abatido. Mas, se estivesse livre, sarava na hora”.
Para o presidente do PL, a restrição imposta ao ex-chefe de Estado agrava a condição de saúde e, ao mesmo tempo, alimenta o sentimento de injustiça entre simpatizantes. “Ele não merece estar onde está. Como alguém se sentiria assim e ainda ver o prestígio que tem?”, questionou. A legenda acompanha de perto o quadro e reforça que Bolsonaro segue como liderança incontestável da direita brasileira.
Esfera Brasil 2025 reúne classe política
O evento que deu origem às declarações reuniu governadores, parlamentares e empresários. A pauta central foi a formação de novas alianças e a construção de candidaturas competitivas para 2026. Embora a próxima eleição geral ainda esteja distante, a sigla liberal já trabalha com diferentes cenários e projeta utilizar o capital político de Bolsonaro como trunfo decisivo.
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Imagem: Internet
Dentro do partido, a avaliação é que a fidelidade de seu eleitorado persiste, independentemente de processos judiciais ou notícias desfavoráveis. A presença de “camisetas de Bolsonaro” em manifestações, citada por Valdemar, foi apontada como sinal de que a imagem do ex-presidente poderá atravessar décadas.
Notas oficiais e postura partidária
O comunicado de Valdemar publicado no X (antigo Twitter) reiterou o alinhamento do PL a Bolsonaro. O texto destaca o ex-presidente como “legítimo líder da nossa direita” e assegura que a legenda defenderá sua elegibilidade. A sigla entende que as decisões judiciais contra o ex-mandatário precisam de celeridade e respeito ao devido processo legal.
Em paralelo, o partido segue avaliando nomes para eventual substituição caso Bolsonaro permaneça inelegível. O consenso interno, porém, é de que nenhum postulante conseguirá replicar, sozinho, o vínculo afetivo estabelecido pelo ex-chefe do Executivo com sua base.
Com a aproximação do pleito municipal de 2024 e a pré-montagem das chapas nacionais de 2026, as declarações de Valdemar indicam que o PL prepara estratégia que passa, necessariamente, por manter Bolsonaro no centro do debate, seja como candidato, seja como cabo eleitoral de alto impacto.
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Em resumo, a liderança de Jair Bolsonaro permanece um ativo robusto na direita, e o PL aposta na capacidade de transferência de votos do ex-presidente como peça-chave na disputa de 2026. Siga acompanhando e compartilhe este conteúdo para ampliar o debate.
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