O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou à CNN que caberá exclusivamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro definir o rumo do partido nas eleições presidenciais de 2026. A declaração surge após o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ameaçar deixar a legenda caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seja lançado pelo PL ao Planalto.
Pressão interna no PL
O impasse foi exposto depois que Valdemar, em entrevista na segunda-feira (25), destacou que “se Tarcísio for candidato, será pelo PL”. A fala irritou Eduardo, que atualmente está nos Estados Unidos e passou a criticar publicamente qualquer articulação que coloque o governador paulista como eventual substituto do pai, hoje inelegível. Em publicações nas redes sociais, o deputado declarou que não aceita “chantagens” e que decisões políticas serão tomadas internamente pela família Bolsonaro.
Documentos da Polícia Federal, que indiciaram Jair e Eduardo por suposta coação ligada aos acontecimentos de 8 de janeiro, revelam trocas de mensagens em que o filho discute com o pai sobre a necessidade de “segurar a narrativa” em torno de Tarcísio. Para Eduardo, anunciar o governador como nome da direita antes do julgamento do ex-presidente, marcado para terça-feira (2), seria um movimento precipitado.
Nesse cenário, Valdemar optou por transferir a definição para Bolsonaro. “É o pai dele que decide”, resumiu o dirigente ao ser questionado pela emissora sobre como pretende solucionar o conflito.
Visita a Bolsonaro e cenário para 2026
A posição de Valdemar será reiterada pessoalmente nesta quinta-feira (28), quando ele visitará Bolsonaro em Brasília. O encontro, primeiro desde que o ex-presidente passou a cumprir prisão domiciliar em 4 de agosto, foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Segundo Valdemar, a pauta da reunião ficará nas mãos de Bolsonaro: “O Bolsonaro é que vai pautar a reunião”, disse.
Enquanto o PL busca consenso, Tarcísio consolida apoio entre lideranças de direita e é visto como nome competitivo para 2026. A ascensão foi reconhecida até pelo presidente Lula (PT), que, em reunião ministerial na terça-feira (26), apontou o governador como provável adversário e cobrou definição dos partidos União Brasil e PP sobre a base do governo. Os presidentes das duas siglas — Antônio de Rueda (União) e o senador Ciro Nogueira (PP) — mantêm postura crítica ao Planalto e costuram uma candidatura alinhada à direita.
Para o PL, a presença de Tarcísio na legenda facilitaria a unificação de vários grupos conservadores. No entanto, a resistência de Eduardo — aliado fiel do pai e figura influente entre os apoiadores mais engajados — cria um dilema: manter o PL coeso em torno da família Bolsonaro ou abrir espaço para novas lideranças sem romper com a base tradicional.
Impacto do julgamento e próximos passos
O julgamento que pode tornar Bolsonaro réu pelo suposto “plano de golpe” acentua a disputa interna. A proximidade da decisão, segundo Eduardo, não deve ser utilizada para forçar a indicação de Tarcísio. Já dirigentes do PL avaliam que, em caso de condenação, o partido precisará de um nome viável rapidamente para garantir protagonismo no debate nacional.
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Imagem: Internet
Valdemar, conhecido pela preferência por resolver conflitos nos bastidores, aposta na palavra final do ex-presidente para evitar um racha. Até lá, a sigla aguarda o desfecho jurídico de Bolsonaro e monitora a movimentação de Tarcísio, que, por enquanto, mantém foco na gestão paulista.
A visita desta quinta-feira deve trazer respostas iniciais sobre o futuro do PL. Se Bolsonaro sinalizar apoio a Tarcísio, a legenda pode iniciar negociações formais para filiação do governador, o que neutralizaria o risco de saída de parlamentares que já admitem migrar para outras siglas. Caso contrário, a sigla terá de encontrar uma fórmula que mantenha Eduardo satisfeito sem perder o capital político do governador paulista.
O desfecho do encontro entre Valdemar e Bolsonaro, aliado ao resultado do julgamento da próxima semana, definirá o ritmo das articulações à direita para 2026 e testará a capacidade do PL de se manter unido em torno de um projeto nacional.
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Em resumo, Valdemar Costa Neto transferiu a Jair Bolsonaro a responsabilidade de arbitrar a disputa entre Eduardo e Tarcísio, buscando preservar a coesão do PL em meio a um cenário judicial sensível para o ex-presidente. Continue conosco e não perca as próximas atualizações sobre o tabuleiro eleitoral.
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