Uma nova sondagem do Paraná Pesquisas, realizada entre 17 e 21 de agosto em 163 municípios, indica que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue enfrentando rejeição superior à aprovação, apesar de registrar pequena melhora nos números em comparação com o levantamento de junho.
Desaprovação permanece acima de 50%
O índice de eleitores que desaprovam a gestão petista recuou de 56,7% para 53,6% em dois meses, enquanto a aprovação avançou de 39,8% para 42,9%. A parcela que não soube ou preferiu não responder manteve-se em 3,5%. Ainda assim, a diferença negativa para o Planalto continua em 10,7 pontos percentuais.
O estudo ouviu 2.020 brasileiros com margem de erro de 2,2 pontos percentuais e 95% de confiança. A distribuição regional mostra resistência acentuada ao presidente fora do Nordeste:
- Norte/Centro-Oeste: 55,6% de desaprovação
- Sudeste: 57,2%
- Sul: 61,6%
- Nordeste: único bloco onde a aprovação supera a reprovação, chegando a 54,4%
No recorte geral de avaliação, a soma ruim e péssima atinge 44,6%, ao passo que ótima e boa totalizam 29,6%. Outros 24,6% consideram a administração regular, enquanto 1,1% não opinou.
Perfil dos mais críticos e tentativa de aproximação
Os dados do instituto revelam que a maior reprovação se concentra entre homens (57,7%), eleitores de 35 a 44 anos (58,2%), pessoas com ensino superior completo (61%) e, sobretudo, entre os evangélicos (63,6%). Esse grupo religioso, historicamente alinhado a pautas conservadoras, mantém forte simpatia pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e representa um desafio estratégico para o Palácio do Planalto.
Desde o início do terceiro mandato petista, o governo tenta reduzir a distância com esse segmento. A primeira-dama Janja da Silva assumiu a linha de frente dos diálogos, participando de eventos evangélicos e promovendo encontros inter-religiosos. O Planalto chegou a adotar o lema “Fé no Brasil” em 2024, incorporando discursos sobre prosperidade, empreendedorismo e “ato de fé”.
No entanto, a agenda de aproximação perdeu espaço nos últimos meses. A administração concentrou esforços na defesa da “soberania nacional” em meio às pressões externas ligadas ao processo que apura suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo Bolsonaro. Com isso, o foco nos evangélicos ficou em segundo plano, e a desaprovação nesse público permanece elevada.
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Imagem: Ricardo Stuckert
Efeito nas projeções para 2026
A ligeira retração na rejeição a Lula refletiu-se nas simulações para a eleição presidencial de 2026 elaboradas pelo mesmo instituto. No primeiro turno, o petista aparece à frente dos adversários; contudo, em eventuais confrontos de segundo turno, mantém empate técnico com Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A volatilidade dos números reforça a leitura de que, mesmo após a melhora marginal captada em agosto, o governo segue sem margem confortável junto ao eleitorado. A consolidação de apoio fora do Nordeste continua sendo o principal obstáculo para o Planalto, que ainda busca narrativa capaz de convencer um público majoritariamente crítico às suas políticas econômicas, fiscais e de costumes.
Pontos centrais da pesquisa
- Desaprovação total: 53,6% (queda de 3,1 p.p.)
- Aprovação total: 42,9% (alta de 3,1 p.p.)
- Ruim/Péssimo: 44,6%
- Ótimo/Bom: 29,6%
- Tendência regional: maioria crítica em três das quatro grandes regiões; exceção no Nordeste
- Segmentos mais críticos: homens, 35-44 anos, ensino superior, evangélicos
Com esses resultados, o governo Lula celebra alívio pontual, mas continua distante de inverter o saldo negativo na opinião pública. A sondagem confirma que o presidente precisará intensificar articulações políticas e ações de comunicação, caso queira chegar a 2026 com cenário mais favorável.
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Em síntese, o levantamento do Paraná Pesquisas mostra que, embora a desaprovação tenha recuado, ela ainda supera a aprovação de forma significativa. Mantenha-se informado e avalie como esses números podem influenciar os próximos movimentos do governo e da oposição. Se você quer receber atualizações diárias, siga acompanhando as publicações do nosso portal.
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