Brasília, 10h – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desembarca novamente na capital federal nesta segunda-feira com uma única meta: reunir apoios para que o Congresso vote o projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a seus aliados condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Condenação no STF intensifica pressão por anistia
Na semana passada, a Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão em regime inicialmente fechado. A Corte o considerou culpado pelos crimes de organização criminosa, tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Outros sete réus foram punidos, com penas que variam de 16 a 27 anos.
A decisão judicial acirrou o clima político. Em pronunciamento, Tarcísio classificou as penas como “injustas e desproporcionais” e afirmou que o resultado “transforma a pauta da anistia em um teste decisivo” para sua liderança nacional. Ele é cotado pelo bolsonarismo para disputar as eleições presidenciais de 2026 caso o ex-presidente permaneça inelegível ou preso.
Centrão busca versão intermediária do projeto
No Congresso, líderes do Centrão articulam um texto considerado “intermediário”, que incluiria perdão para os condenados por “atos preparatórios” e “manifestações de apoio” ao 8 de janeiro, mas deixaria de fora quem participou diretamente da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. A expectativa do bloco é que Bolsonaro, em troca, anuncie até o fim do ano o nome de Tarcísio como seu sucessor preferencial.
Parlamentares governistas já antecipam resistência. Alegam que uma anistia ampla poderia confrontar decisões recentes do STF e abrir espaço para questionamentos jurídicos. Dentro do próprio Centrão há divergências sobre até onde o perdão pode ir sem provocar reação negativa de parcela do eleitorado.
Estratégia de Tarcísio: reuniões fechadas e contagem de votos
Segundo assessores, o governador reservou a segunda e a terça-feira para encontros com senadores da oposição, líderes de bancadas religiosas e representantes de partidos de centro. A avaliação é que a pauta precisa avançar primeiro na Câmara para, em seguida, ganhar tração no Senado.
Tarcísio pretende insistir em três argumentos principais:
- A anistia ajudaria a “pacificar” o ambiente político após a decisão do STF;
- O perdão limitaria o desgaste do Congresso com a base conservadora, majoritária em vários estados;
- A medida daria segurança jurídica a parlamentares que participaram de atos ou publicações consideradas antidemocráticas e enfrentam inquéritos em curso.
O governador também sinalizará que, mesmo sem apoio integral do governo federal, a proposta não representaria ruptura institucional, pois caberia ao Parlamento deliberar sobre crimes políticos.
Riscos de imagem e projeção de 2026
Para o cientista político Eduardo Grin, da Fundação Getulio Vargas (FGV), Tarcísio enfrenta um dilema típico de quem pretende ampliar capital nacional. “Se não lograr aprovar a anistia, seu eleitorado mais fiel pode vê-lo como fraco. Se for bem-sucedido, arrisca afastar setores moderados que hoje demonstram simpatia”, avaliou o professor.
Na avaliação de interlocutores, o governador pretende usar o resultado das articulações como termômetro para medir sua força junto ao Congresso. Um eventual êxito ainda este ano reforçaria o discurso de que ele reúne condições para liderar a direita em 2026.


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Imagem: Internet
Resistência no STF e no Planalto
Fontes ligadas ao Supremo indicam que ministros veem a anistia “com cautela” e podem julgar eventuais trechos inconstitucionais. Já o Palácio do Planalto acompanha o processo, mas evita interferir diretamente para não estimular discurso de perseguição. Integrantes da base governista afirmam que votar uma anistia logo após sentença dura do STF seria “sinal contraditório” e poderia desgastar a imagem do Legislativo.
Próximos passos
A expectativa é que Tarcísio reúna um bloco de pelo menos 250 deputados favoráveis ao texto ainda não formalizado. Caso alcance esse número, líderes pretendem protocolar requerimento de urgência para levar a proposta ao plenário nas próximas semanas. No Senado, a contagem inicial indica adesão de cerca de 40 parlamentares, mas o cenário ainda é considerado volátil.
Nos bastidores, articuladores comentam que o tempo corre contra o governador: quanto mais próximo do recesso parlamentar, menor a chance de votação antes de 2024 terminar, o que deixaria o tema para depois do Carnaval e reduziria o impacto político imediato.
Em meio às incertezas, Tarcísio busca o equilíbrio entre atender a base que pressiona pelo perdão e não se queimar com segmentos que valorizam a estabilidade institucional. O desfecho definirá não apenas o futuro jurídico de Bolsonaro, mas também o espaço do governador paulista no xadrez eleitoral dos próximos anos.
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Resumo: Tarcísio retorna à capital para conquistar votos em favor da anistia a Bolsonaro após condenação histórica no STF. O resultado da ofensiva legislativa pode sacramentar seu protagonismo na direita ou expô-lo a críticas de setores moderados. Acompanhe nossas atualizações e compartilhe esta reportagem.
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