Filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, os vereadores Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Jair Renan Bolsonaro (PL-SC) interromperam suas agendas parlamentares para permanecer em Brasília durante a primeira semana do julgamento do pai na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). As ausências, registradas entre 2 e 4 de setembro, foram comunicadas às respectivas Mesas Diretoras como “compromissos pessoais”, coincidindo com a mobilização familiar no endereço onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, no bairro Jardim Botânico.
Vereadores formalizam faltas e priorizam apoio ao pai
No Legislativo de Balneário Camboriú, Jair Renan assumiu o mandato em janeiro e já protocolou seu primeiro pedido de afastamento. A solicitação, assinada pelo assessor Nicholas Meira em 1º de setembro, justificou as ausências nas sessões dos dias 2 e 3 sem mencionar o julgamento. Na prática, o vereador embarcou para Brasília na véspera, juntando-se aos irmãos em vigília diante da residência do ex-presidente.
Carlos Bolsonaro apresentou justificativa similar à Câmara Municipal do Rio de Janeiro e não compareceu aos trabalhos em 2, 3 e 4 de setembro. Assim como o irmão caçula, o parlamentar concentrava‐se na capital federal, onde acompanhou cada voto proferido pelos ministros do STF.
Ambos os vereadores mantêm frequência regular nos plenários municipais e, pela regra interna, têm direito a abonar faltas quando formalmente justificadas. Por esse motivo, não há sanção prevista até o momento.
Flávio cumpre agenda no Senado; Eduardo segue nos EUA
Entre os quatro filhos políticos do ex-mandatário, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi o único que manteve o ritmo normal de atividades legislativas. Mesmo à distância, ele acompanhou o andamento do processo e chegou a presidir reuniões de comissão no Congresso Nacional, sem alterar compromissos previamente agendados.
Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) encontra-se nos Estados Unidos desde fevereiro. Desde então, acumula 18 ausências na Câmara dos Deputados, número que o aproxima do limite de faltas passível de punição no Conselho de Ética. Até agora, o parlamentar não indicou data de retorno ao Brasil.
Casa em Brasília torna-se ponto de encontro político
O imóvel no Jardim Botânico onde Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar se transformou em local de reuniões constantes. Durante a semana inaugural do julgamento, Carlos e Jair Renan permaneceram no endereço por longos períodos, recebendo atualizações de advogados e conversando com aliados.
Relatos de visitantes descrevem ambiente de expectativa. Entre um voto e outro, celulares eram consultados a todo instante, enquanto apoiadores se revezavam na transmissão de informações sobre o plenário do STF. Parlamentares do PL e figuras próximas ao ex-presidente passaram pela casa ao longo do mês anterior, incluindo a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
Desde o início de agosto, o local funciona como centro improvisado de articulação política. Além dos filhos, assessores do partido e advogados organizam estratégias de defesa, confirmam agendas e analisam cada movimento do processo.
Ausências se concentram nos primeiros votos do STF
A Primeira Turma do Supremo iniciou o julgamento no começo de setembro. O calendário de sessões coincide justamente com as datas em que Carlos e Jair Renan se ausentaram dos plenários municipais. Embora as justificativas apresentadas façam referência apenas a assuntos pessoais, a prioridade dada ao acompanhamento do processo judicial ficou evidente com a presença dos dois em Brasília.
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Imagem: Internet
Até agora, a estratégia familiar tem sido demonstrar respaldo público ao ex-presidente, reforçando a união em torno da defesa. A composição política também pesa: o julgamento repercute diretamente no futuro eleitoral do ex-mandatário e de seu grupo, motivo pelo qual a família procura transmitir imagem de coesão.
Por enquanto, não há previsão de nova viagem dos vereadores a Brasília para as próximas etapas, mas aliados não descartam retornos caso o calendário do STF avance rapidamente.
Aspectos regimentais possibilitam flexibilização
Regimentos internos das Câmaras de Vereadores preveem afastamentos breves mediante requerimento simples. No Rio de Janeiro, são toleradas até quatro faltas consecutivas justificadas; em Balneário Camboriú, o limite é semelhante. Caso ultrapassem esse patamar, abrem-se processos de verificação de mandato.
No Senado, a rotina de Flávio permanece inalterada. Ele tem defendido em público a aprovação de projetos que, segundo sua assessoria, tramitam normalmente, inclusive enquanto acompanha o desenrolar do julgamento do pai. A postura contrasta com a de Eduardo, que pode ser pressionado a explicar as ausências prolongadas quando retornar ao Congresso.
A movimentação familiar evidencia como o processo no STF impacta diretamente não apenas o ex-chefe do Executivo, mas também a rotina política dos filhos que exercem mandato.
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Em síntese, Carlos e Jair Renan ajustaram suas agendas para apoiar o pai em Brasília, enquanto Flávio manteve as atividades no Senado e Eduardo continua ausente nos Estados Unidos. Continue acompanhando nosso site para atualizações diárias e fique por dentro de tudo o que influencia diretamente a política brasileira.
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