Hugo Motta reassumiu a Presidência da Câmara dos Deputados na noite desta quarta-feira, 6 de agosto, e abriu a sessão plenária após dois dias de obstrução protagonizada por parlamentares de oposição ao governo federal. No primeiro pronunciamento depois do impasse, o deputado afirmou que “o País deve estar em primeiro lugar, e não projetos pessoais”, estabelecendo o tom das próximas reuniões.
Obstrução física chega ao fim
O bloqueio que impediu a realização de votações desde a segunda-feira foi conduzido por deputados contrários à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante pouco mais de 48 horas, o plenário permaneceu esvaziado ou com acesso restrito, inviabilizando a análise de matérias previamente pautadas. Ao abrir os trabalhos, Motta classificou a paralisação como nociva para a Casa, embora reconheça o direito da minoria parlamentar a se manifestar.
Em discurso de aproximadamente dez minutos, ele ponderou que “a oposição tem todo o direito de expressar a sua vontade”, mas enfatizou que o método utilizado “não fez bem” ao Legislativo. Segundo o presidente da Câmara, a obstrução física comprometeu o andamento de propostas consideradas relevantes para diversas áreas, entre elas economia, segurança pública e infraestrutura.
Apesar do clima tenso que marcou os dias anteriores, a sessão reabriu sem incidentes significativos. Motta conduziu a lista de presença, confirmou quorum e indicou que a agenda de votações será recomposta gradualmente. Líderes partidários também manifestaram disposição para retomar negociações, evitando novo bloqueio do plenário neste momento.
Compromisso com pauta nacional
Ao longo da fala, Hugo Motta ressaltou que não pretende “negociar a Presidência da Câmara” nem aceitar novas tentativas de interrupção dos trabalhos. O parlamentar reforçou ter “lutado sempre pelas prerrogativas dos deputados e pelo livre exercício do mandato”, argumento que usa para defender a retomada imediata das votações.
O presidente ainda anunciou que a Mesa Diretora começará, já na quinta-feira, 7 de agosto, a montar uma “pauta pró-país”, concentrada em projetos de impacto direto na população. Entre as prioridades citadas nos bastidores estão propostas de incentivo ao empreendedorismo, ajustes fiscais para controle de gastos públicos e medidas de responsabilização criminal mais rígidas.
Motta reiterou que apostará no diálogo “mesmo quando ninguém acreditar nessa ferramenta”. Segundo ele, conversas com lideranças de todos os partidos serão mantidas para garantir que o calendário legislativo avance sem sobressaltos nas próximas semanas. A intenção declarada é votar itens consensuais antes do início das discussões orçamentárias.
Parlamentares governistas e oposicionistas concordaram publicamente com a necessidade de estabilidade, embora mantenham divergências sobre o conteúdo das matérias prioritárias. O líder da maioria sinalizou apoio à reabertura das sessões, enquanto representantes da oposição condicionaram o fim definitivo da obstrução à inclusão de temas como reforma tributária e revisão de repasses federais a estados.
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Em tom firme, Motta repetiu que o Legislativo “não pode se tornar refém de disputas pessoais” e que sua obrigação institucional é garantir espaço para debate, votação e fiscalização. Ao final da sessão, ele marcou reunião do Colégio de Líderes para a manhã desta quinta-feira, com o objetivo de fechar a Ordem do Dia das próximas duas semanas.
A retomada da atividade legislativa ocorre em período de forte pressão da sociedade por respostas a problemas econômicos e de segurança. Integrantes da bancada de centro-direita avaliam que uma pauta focada no interesse coletivo pode fortalecer a imagem da Câmara perante o eleitorado, demonstrando compromisso com responsabilidade fiscal e governança.
Analistas observam que o episódio de obstrução, embora previsto no regimento interno, raramente alcança o ponto de impedir fisicamente o acesso ao plenário. A condução da crise por Hugo Motta será testada nos próximos dias, principalmente se novas tentativas de paralisação surgirem em meio a votações sensíveis.
Por ora, o presidente da Câmara aposta na retomada gradual e na construção de maiorias pontuais. O calendário prevê sessões deliberativas seguidas até o recesso parcial programado para o fim de agosto. Caso o entendimento entre as bancadas se mantenha, projetos estratégicos poderão avançar antes da próxima janela partidária.
Com a sinalização de que “o País vem antes de qualquer ambição individual”, Motta encerrou a noite reforçando a linha de atuação que pretende seguir: diálogo, cumprimento do regimento e prioridade dada a propostas que apresentem impacto concreto na vida dos brasileiros.
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