São José dos Pinhais (PR), 7 out. 2025 – A Renault iniciou oficialmente a produção em série do Boreal, novo utilitário-esportivo de porte médio, no Complexo Ayrton Senna, na Região Metropolitana de Curitiba. A unidade paranaense torna-se a primeira fábrica do mundo a montar o modelo, projetado para atender inicialmente 17 mercados latino-americanos.
Produção no coração industrial do Sul
A linha dedicada ao Boreal foi inaugurada esta semana com a presença de Thierry Charvet, vice-presidente global de Indústria, Qualidade e Supply Chain do grupo francês; Mendi Ammad, responsável pela área industrial na América Latina; e Ariel Montenegro, presidente da Renault do Brasil. Segundo a montadora, o novo SUV será lançado comercialmente no país ainda em 2025 e, a partir de 2026, chegará a outros destinos da região, além de Turquia e demais mercados fora do continente.
O Complexo Ayrton Senna, reconhecido pelo Fórum Econômico Mundial como farol de referência da Quarta Revolução Industrial (4IR Lighthouse), emprega recursos de inteligência artificial, gêmeo digital, impressão 3D, postos conectados e veículos guiados automaticamente (AGVs) para garantir maior eficiência, segurança e rastreabilidade. Essas soluções foram integradas à linha do Boreal, reforçando o posicionamento da planta como uma das mais avançadas da rede global da Renault.
A instalação paranaense também mantém, desde 2016, a meta de aterro zero e produz 100% da energia elétrica consumida a partir de fonte fotovoltaica própria. Aproximadamente 40% da área total do complexo é de mata atlântica preservada, aspecto ressaltado pela empresa como parte do compromisso ambiental que acompanha a expansão produtiva.
Investimento robusto e foco high-tech
A fabricação do Boreal faz parte do Renault Brand International Game Plan 2024-2027, estratégia que define o crescimento da marca fora da Europa. Ao todo, a companhia investiu R$ 2 bilhões na concepção e na industrialização do utilitário no Brasil, quantia incluída no ciclo de aportes de R$ 5,1 bilhões anunciado para o período 2021-2025.
Com 4,60 metros de comprimento aproximado e perfil voltado a famílias que buscam conectividade avançada, o Boreal se posiciona no segmento C, acima do Kardian e do Duster. A Renault não divulgou detalhes técnicos finais nesta fase de pré-lançamento, mas destaca o pacote eletrônico de assistência à condução, central multimídia de última geração e soluções de integração com aplicativos on-board.
A nova etapa produtiva consolida o Paraná como polo automotivo estratégico, uma vez que a linha do Boreal atenderá do Brasil à Colômbia, passando por Chile, Argentina e México. De acordo com Montenegro, a decisão de estrear a fabricação global em solo brasileiro “reforça a confiança do grupo na competitividade local e no profissionalismo das equipes”.
Calendário de mercado e projeções
Segundo a programação interna, as primeiras unidades destinadas à rede nacional de concessionárias serão distribuídas no último trimestre de 2025. A Renault projeta ampliar gradualmente a capacidade até 2027, acompanhando a liberação para exportação a mercados fora da América Latina. A empresa confirma ainda que, após o lançamento regional, o Boreal será montado em outras fábricas, mas sem especificar prazos ou locais.
Para a cadeia de fornecedores, o início da produção traz expectativa de incremento de encomendas em componentes eletrônicos, sistemas de infotainment e peças plásticas injetadas. Até o momento, cerca de 80% do conteúdo do Boreal é nacionalizado, índice que a companhia pretende manter como diferencial competitivo frente a concorrentes do mesmo porte.
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Imagem: Divulgação
Complexo Ayrton Senna: vitrine de indústria 4.0
Inaugurado em 1998, o complexo localizado em São José dos Pinhais abriga hoje quatro fábricas: veículos de passeio, comerciais leves, motores e injeção de alumínio. O reconhecimento como “Lighthouse” foi concedido pelo WEF após auditoria que avaliou o uso de soluções digitais para reduzir desperdícios, otimizar estoques e elevar a qualidade final dos produtos. Entre os exemplos citados estão sistemas de visão computacional para inspeção em tempo real e painéis que monitoram mais de 120 indicadores de desempenho produtivo.
A Renault destaca que parte do investimento no Boreal financiou a expansão dessas tecnologias, assegurando que a nova linha opere com metas de qualidade alinhadas às plantas francesas e espanholas. Além disso, a montadora celebra o fato de ser pioneira no setor automotivo latino-americano ao gerar a totalidade da energia elétrica por meio de painéis solares instalados no próprio site industrial.
Próximos passos
Com o Boreal, a Renault passa a atuar em um dos segmentos que mais crescem no mercado interno, respondendo à demanda por SUVs médios com pacote tecnológico robusto. O modelo também servirá de base para futuros derivados, conforme previsão do plano 2024-2027. A empresa não informou números de produção anuais, mas executivos sinalizam que a capacidade inicial poderá superar 40 mil unidades por ano, dependendo da recepção dos consumidores e das condições de exportação.
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Em síntese, a arrancada da produção do Renault Boreal no Paraná demonstra a aposta do grupo francês na engenharia local e reforça a importância do ambiente industrial brasileiro no mapa global da marca. Fique atento às atualizações e aproveite para compartilhar esta notícia com amigos interessados no mercado automotivo.
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